terça-feira, maio 09, 2006

O crime compensa [2]

O post anterior sobre o andamento dos processos nos tribunais provocou ondas de choque. Estava em causa a mera transcrição de dados compilados pela cúpula do distrito de Lisboa do Ministério Público. Continuemos hoje a analisar a evolução dos processos-crime ao longo de 2005 em Lisboa.

Veja-se o que se passa com os tribunais colectivos:

    • Em 2004, entraram 3.752 processos e ficaram pendentes 12.840;
    • Em 2005, embora tenham dado entrada menos processos (3.182), as pendências subiram significativamente (14.965).

Quais serão as causas deste manifesto decréscimo de produtividade? A adesão entusiástica à “nova cultura” de que falava Baptista Coelho, ex-presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, que os leva a abandonar às 17 horas os tribunais, como se de estudantes liceais se tratassem?

8 comentários :

  1. Os números são como o algodão: não enganam.

    ResponderEliminar
  2. Isso não é nada.
    No Norte as pendências duplicaram.
    É que o sacrifício ficou à porta.
    Quer de funcionários, quer de magistrados.
    Sim, Miguel, se queres que trabalhe para além das 17 horas, o teu patrão que me pague as horas extraordinárias.
    Já basta 20 anos de sacrifício para depois ainda se dizer que não se trabalha e que as férias é que são o problema.
    Aguentem-se.
    Nos próximos anos o Betinho Costa vai ficar na histório como aquele que conseguiu fazer bater ainda mais no fundo a justiça em Portugal.
    E tu, Miguel, estás no fundo da âncora.
    Um funcionário judicial.

    ResponderEliminar
  3. "Bater ainda mais no fundo a justiça em Portugal"?!!!

    Só se for minhoca!

    O Contabilista

    ResponderEliminar
  4. Deixem lá meus amigos! De acordo com as últimas declarações do Ministro da Justiça, na execução da estratégia de abertura da Magstratura à sociedade civil, vão recrutar para os Tribunais pessoas com "formações adequadas" e "notório mérito profissional" a fim de exercerem as funções de juízes e reduzirem as pendências judiciais. No futuro veremos psicólogos, sociólogos, economistas, astrónomos e, já agora, designers de moda a exercerem as funções judiciais. Se a moda pega estou a pensar seriamente em tornar-me médico e abrir uma clínica privada; basta-me ter umas noções sobre a importância da saúde para o ser humano e uma lista de medicamentos, que estarei habilitadíssimo para passar receitas e ganhar uns cobres! Sic transit gloria mundi!!

    ResponderEliminar
  5. Mais um post a disfarçar as declarações "interessantes" do Costa, também conhecido como o Ministro da Justiça, sobre como meter amigos na Magistratura...

    Se conseguires entrar, "Miguel", então é que o blog vai ser interessante...

    ResponderEliminar
  6. Como vês Abrantes, os preços dos medicamentos de venda livre não baixaram.

    Quem vende não e tolo. Controla os preços uns aos outros, tendo como bitola o das farmacias.

    O custo da prateleira custa dinheiro.

    Sempre disse que isso não resolve a baixa de preços.

    Sei o que digo.

    Portanto a solução é outra e passa pelas farmacias "sociais e de caracter humanitario". Temos esse direito, como tem os negociantes.

    Não podemos é ficar de braços cruzados.

    Quanto ao L.M. é um desperdicio.

    Afinal aonde esta a liberdade ou a liberdade é só para o negocio.

    A agua foi vendida, qualquer dia vai o ar em pacotes.

    Tirem-me deste filme

    ResponderEliminar
  7. "O custo da prateleira custa dinheiro."

    Não confiro o que escrevo e depois da nisto, o que queria escrever, é :

    O espaço ocupado numa prateleira num hipermercado custa dinheiro ao fornecedor, logo, o preço sobe.

    Lá se vai a margem.

    ResponderEliminar
  8. Serviço público a não juristas
    “Sic transit gloria mundi!!”
    Tradução: «assim passa a glória do mundo. (Alusão às honrarias mundanas que são vãs e transitórias). (Imitação de Cristo).»
    Em Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, Apêndices – Palavras e locuções estrangeiras usadas na linguagem escrita e na linguagem falada.

    A erudição já não é o que era. Já não vale a pena escrever em Latim, mesmo a despropósito e sem qualquer relação com o texto. Eles, os outros, os que, coitados, têm outros saberes, entendem na mesma.

    ResponderEliminar