terça-feira, fevereiro 23, 2010

Leituras [1]

• Luís Nazaré, As duas virgens e a fatia dourada:
    Comecemos pela razão de ser do espectáculo. Deve ou não fazer parte da estratégia da Portugal Telecom a tomada de uma posição de controlo na indústria dos media televisivos, para assim poder reforçar a componente dos conteúdos na sua oferta de valor? A resposta não é óbvia, dada a imponderabilidade das sinergias operacionais e a tradicional falta de jeito das telcos na gestão de empresas que fazem da criatividade o seu negócio. Por isso, são raros os exemplos internacionais de casamento feliz entre as duas fileiras.

    A questão que se segue é de mais fácil resposta: é ou não legítimo que a Portugal Telecom, ponderado o risco, tenha como propósito estratégico a aquisição de canais televisivos? Sim. E que a Media Capital seja o seu alvo eleito? Sim, igualmente. A Media Capital aspira por uma relação fiel e estável, que ainda não encontrou. A PT arde de desejo. A sua atracção pela TVI data, pelo menos, de 2001, quando a compra da posição de Paes do Amaral se gorou por uma pequena divergência de números (da qual, aliás, ambas as partes viriam a arrepender-se). Agora, que a Prisa estava vendedora, era o momento da conquista. Não se vislumbrava outra presa tão disponível.

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