sexta-feira, março 08, 2013

Irlanda força Gaspar a assumir que a sua trincheira é a dos credores

• Pedro Silva Pereira, Inconcebível:
    ‘(…) o Governo português sempre esteve mais do lado do interesse dos credores do que do interesse dos países periféricos da zona euro atingidos pela crise das dívidas soberanas, sempre alinhou com uma errada leitura da crise e sempre subscreveu, se possível em dobro, as ruinosas políticas de austeridade da senhora Merkel. Mas, sobretudo, o Governo sempre gostou de desempenhar o papel subalterno do "bom aluno" obediente, que não faz perguntas, não tem posição própria e não ousa falar alto nem mesmo para defender os interesses nacionais. Para quem perfilha esta atitude subserviente e passiva, o que dá jeito é que sejam os outros a reivindicar, para depois, sem fazer ondas, aparecer a recolher os frutos do trabalho alheio. Foi assim há um ano, quando a redução de juros, pedida pela Grécia, foi atribuída também a Portugal ao abrigo do princípio da "igualdade de tratamento" e será assim agora quando, depois das novas condições concedidas à Grécia, se souber o resultado da "posição negocial" da Irlanda e da longa luta do Governo irlandês - bem anterior à formalização do pedido em simultâneo com Portugal.

    Desta vez, porém, o ministro das Finanças não se limitou a ir à boleia do trabalho dos outros. Desqualificando a posição negocial irlandesa, como fez ostensivamente para ficar bem na fotografia, Vítor Gaspar desqualificou também a posição negocial de Portugal. E não haja a menor dúvida: esta é a pior altura para o Governo português adoptar uma posição negocial fraca. Com os indicadores económicos todos no vermelho, com a zona euro em recessão e com a sétima avaliação do nosso Programa já em curso, este é o momento em que Portugal deveria jogar tudo não apenas numa revisão significativa dos prazos de pagamento dos empréstimos mas também na obtenção de um período de carência e na redução do valor dos juros, a par de uma revisão das metas, dos calendários e das medidas do nosso programa de ajustamento, não apenas para acomodar as derrapagens da execução orçamental mas também para conquistar espaço para medidas voltadas para o crescimento económico e a criação de emprego.

    Os irlandeses - que o ministro das Finanças julga dados a posições "inconcebíveis" - perceberam isto há muito tempo. Talvez por isso, a Irlanda conseguiu estabelecer na revisão do seu Programa que só em 2014 terá de atingir a meta de 5% de défice que o Governo português acordou com a "troika" para o ano de 2012 - e falhou. A Irlanda está, mais uma vez, a fazer pela vida. Inconcebível é que o tenha de fazer contra o Ministro das Finanças português.’

4 comentários :

  1. Só por esta tremenda falta de noção das suas responsabilidades e falta de solidariedade com um país que está na situação do seu ( e com o qual não somos concorrentes, nem estamos em guerra), este ministro merecia ser CHUTADO ATÉ Á LUA.
    É o que dá meter mangas de alpaca a fingir que são politicos.Estão sempre, tal como os cães, a abanar o rabo para o dono...
    É nos tempos dificeis que se revelam os verdadeiros homens...e os ratos mais porcos que a humanidade têm para oferecer. Gaspar não faz parte dos primeiros.

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  2. o Gaspar está a fazer tudo para que seja colocado no BCE quando terminar a sua comissão de serviço no governo

    é a voz do dono (neste caso a Merkel)

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  3. Ainda por cima com ar de alienado mental.

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  4. É o Miguel de Vasconcelos da atualidade!

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