quinta-feira, julho 25, 2013

Da série "Frases que impõem respeito" [819]


Mentir numa comissão de inquérito não é uma falta, é crime.
        Augusto Santos Silva, no programa emitido à terça-feira na TVI24

2 comentários :

  1. Na p. 16 do P. de hoje, a jornalista Raquel Almeida Correia faz uma análise (que mais parece um texto de opinião nalgumas passagens: não mentiu mas omitiu e o facto resultou, apenas, em contradições avulsas) sobre as frases da ministra das Finanças. Enferma de um erro de palmatória (que a jornalista parece não compreender quando refere as posições tomadas pelo BE e pelo PCP, aliás): o contexto em que cada frase é produzida porque o que está em causa é o que disse na comissão de inquérito da AR (não se devendo misturar o que é transcrito descontextualizadamente nos jornais, nas rádios, nas televisões, em off, crónicas parlamentares, etc.). A ler se puderem, em todo o caso.

    Omissões e declarações contraditórias

    30 de Abril
    “Desde que este Governo
    entrou em funções não foram
    celebrados swaps” (a ministra
    autorizou a transferência de
    swaps para a Parpública)

    “Os swapsda Refer foram
    sempre adequados e
    transparentes” (alguns dias
    depois soube-se que dois foram
    considerados “complexos”)

    “Na pasta de transição não
    constava qualquer menção sobre
    a questão dos derivados” (o seu
    antecessor, Carlos Costa Pina,
    veio desmenti-la esta semana)

    25 de Junho
    “As posições que foram
    desfeitas não tiveram custos
    para os contribuintes, porque
    resultaram do desfazer de
    posições negativas e positivas”
    (alguns dias depois verificou-se
    que os ganhos com swaps do
    IGCP não cobrem as perdas das
    empresas públicas)

    “O trabalho começou do zero” (o
    anterior Governo tinha já pedido
    à DGTF para reunir informação
    sobre swaps)

    “Quando cheguei a esta pasta,
    não só não encontrei uma
    proposta, como não encontrei
    uma referência ao problema”

    1 de Julho
    “Não havia informação sobre o
    problema, só numérica. Toda a
    informação relativa à natureza
    dos contratos, ao facto de
    existirem opções de vencimento
    antecipado decorre do trabalho
    do actual Governo” (esse alerta
    já constava dos emails enviados
    pelo ex-director do Tesouro)

    25 de Julho
    “Continuo a dizer que não
    menti”

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  2. Adenda. Ao BE e ao PC deve somar-se, em bom rigor, o PS cuja posição não era clara na edição em papel do P. de hoje. «O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, defendeu hoje que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, "perdeu as condições para permanecer no cargo", considerando que "construiu uma monumental mentira" na comissão de inquérito aos contratos swap.» É uma posição óbvia (e que apertará ainda + o garrote sobre a coligação do PSD/CDS, obrigatoriamente).

    Pode ler-se aqui (colar no browser, se necessário): http://expresso.sapo.pt/ps-e-pcp-querem-demissao-de-ministra-das-financas=f822958 .

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