Venham mais briefs do Lomba

Pedro Lomba tirocinou nos blogues, onde se olhava muito ao espelho, e, após uma passagem atribulada pelo Diário Económico, fixou-se no Público, onde invocava, não raras vezes, a ética.

Não foi propriamente uma surpresa vê-lo a ir a correr para o Governo depois de ter posto em relevo a ignorância e a incapacidade de Passos Coelho: Lomba já achincalhara politicamente Cavaco, o que não o impediu de ser um membro desenvolto da comissão política da sua candidatura presidencial. O que é, na aparência, novo em Lomba, e nos seus briefs, é a circunstância de, ostensivamente, ter posto a ética na gaveta para defender os negócios da escumalha do BPN ou, vendo a seu lado um secretário de Estado a soçobrar, não hesitar em expor-se ao ridículo para, esbracejando, abafar as perguntas dos jornalistas (ó a asfixia democrática…) e procurar evitar o KO em directo do Mr. Swaps.

Talvez a explicação para a sua exibição no briefing de hoje possa encontrar-se num post que o próprio Lomba escreveu em 6 de Janeiro de 2006: “um político e os políticos, se querem durar, não podem ser excessivamente realistas.” Nem podem ser excessivamente éticos, ao que parece.