sexta-feira, janeiro 15, 2010

Parecer do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas sobre a alegada vigilância à Presidência da República (ou seja, a inventona de Belém)

Foi publicado o Parecer do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas sobre a alegada vigilância à Presidência da República. Estranhamente, um documento desta importância não é noticiado. Pode ser lido aqui. Eis as conclusões do Parecer, que bem justifica uma leitura integral:
    Este parecer pretende dar um contributo para a reflexão sobre o jornalismo que fazemos, com que princípios e valores e com que finalidade. O caso tratado é desastrado a todos os títulos e não esclareceu as motivações dos seus protagonistas. Mas aponta para um episódio de luta pelo poder e de influência na esfera pública, a nível partidário e institucional.

    A actuação do Presidente da República quer na gestão do seu tempo quer na sua comunicação também merecem crítica e reparo. Independentemente das interrogações e dos «sentimentos de desconfiança» que tenham cada um dos membros da Casa Civil, é necessário também que tenham ética da responsabilidade e que se governem por uma regra de transparência. Precisamente porque prestam serviço na Presidência da República.

    A actuação dos jornalistas do «Público» envolvidos neste caso é reprovável, sendo a do antigo director aquela que merece maior reparo e crítica.

    O «Público» infringiu ou observou com pouco rigor os seguintes pontos do Código Deontológico:

    1. («relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade»; comprovar os factos, «ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso»); 2. (considerar como «graves faltas profissionais» a acusação sem provas); 5. («assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e actos profissionais» e também «promover a pronta rectificação das informações que se revelem inexactas ou falsas»; 10. (evitar conduta susceptível de «comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional»).

    Os jornalistas do «Diário de Notícias», particularmente o seu director, merecem reparo por não terem observado de forma mais rigorosa a qualidade de uma notícia sobre um aspecto controverso, quer na sua matéria quer na origem dos factos. A urgência da publicação não pode derrogar o cumprimento dos diferentes requisitos profissionais, nomeadamente os que se referem às fontes.

2 comentários :

lenço de papel; cabide de simplicidades disse...

ObrigADA por ter trazido até aqui o assunto e este comunicado

Ze Maria disse...

Podia ser mandado para a revista "Sábado" ao cuidado de um dos pinheirinhos. Aquilo cheira tal malzinho. Credo!!!!