De partida para mais uma viagem no Alfa, sou apanhado por uma súbita algazarra a bordo. Um grupo de estrangeiros irrompe pela carruagem, discutindo acaloradamente os motivos por que, ao pretender fazer a viagem em 1.ª classe, foi impedido de o fazer, com a justificação de que a lotação estava esgotada.
Um deles, mais afoito, regressa à bilheteira e inquire o funcionário da CP acerca desta aparente contradição, uma vez que, a escassos minutos da partida do comboio, o compartimento se encontra praticamente desocupado. O funcionário ter-lhe-á explicado que os juízes portugueses, que gozam da faculdade de não pagar bilhete nos transportes públicos, têm o ancestral costume de fazer reservas, mesmo que não tenham a certeza de vir a utilizar o transporte em causa, como veio a acontecer no caso em apreço.
A viagem decorreu sem mais incidentes – mas as borlas aos juízes deram-lhe o tom de excursão em país exótico. Eu lá fui pensando se cabe ao Estado suportar as viagens particulares dos magistrados (ainda que seja para matar saudades da terra) ou se, ao menos, a Administração Fiscal considera, para efeitos de tributação, estas borlas como rendimentos em espécie (previstos no Código do IRS).
Cada um tem os comentários que merece. Os que antecedem estão à altura da porcaria que escreveu.
ResponderEliminarI hope the government finds a nice job for you! You deserve it!
Que suporte as viagens dos magistrados, ainda vá lá, que a CP se negue a vender bilhetes na presunção de que... ér que me parece um absurdo.
ResponderEliminarCompreende-se porque a CP dá tanto prejuizo.
ResponderEliminar"Dívidas que ascendem aos quatro milhões de euros",só em 2005.
Os culpados dos males deste país, sabe-se, incluindo os prejuízos da CP, é dos magistrados.
ResponderEliminarAinda vão descobrir que os magistrados também têm culpa do mau tempo.
Só não podem dizer é que têm culpa dos gastos com carros de luxo, motoristas, cartões de crédito, etc. .. para os titulares de cargos políticos, inlcuindo gestores de empresas públicas e de capitais públicos.
Dito isto também acho mal que se façam reservas e não se utilize o lugar para viajar.
A reserva deveria ficar sem efeito se o bilhete não fosse adquirido até um determinado prazo limite.
Deve acabar-se com os abusos não com o direito.
Se vamos a discutir direitos ou privilégios é melhor começar por ver quanto custa cada político ao país (incluindo autarcas) e comparar com o que custa cada magistrado.