sábado, setembro 17, 2005

"Tudo e um par de botas"

José Miguel Júdice, o anterior bastonário da Ordem dos Advogados, escreve hoje um artigo de opinião no Público. Transcreve-se a seguinte passagem:

    "De facto, as magistraturas portuguesas resolvem fazer greve porque foi alterado o regime das impropriamente chamadas 'férias judiciais', porque vai ser alterada a idade da sua reforma e porque vão ficar abrangidos pela ADSE, em vez de terem um regime que se pressupõe mais favorável.

    É evidente que a estratégia de marketing que vão aplicar vai falar em todos os males da Justiça. Mas isso não será mais do que uma cortina de fumo para tornar mais aceitável pelas populações e pelos opinion makers os manifestos prejuízos que vão causar com a sua atitude ao Estado de direito e aos cidadãos."

(Sublinhados nossos)

20 comentários :

  1. " aos cidadões" ?
    Vão para a primária, ó socráticos.

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  2. agora se percebe a diplomacia do sr. júdice enquanto bastonário e o silêncio do sr. rogério nas mesmas funções; tudo à espera de espaço de protagonismo para, depois, com a barriguinha cheia, atirar a matar, para que a barriguinha não emagreça; coitada da sr.ª celestinha cardona; com um amigo assim não vai longe; ou vai.

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  3. Vá lá, corrigiram de 'cidadões' para 'cidadãos'.
    Ao menos digam que corrigiram e agradeçam.

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  4. Qualquer dia ainda beneficiam também do SAMS, uma das maiores mamas de Portugal...

    Abraço da Zona Franca

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  5. E se se propusessem acabar com a corrupção e o compadrio? E se houvesse uma verdadeira caça a esses mafiosos que ainda se dão ares de grandes senhores? Isto sim, seria uma medida que arrancaria o país da miséria a que está votado enquanto for conduzido por tantos crápulas.
    Às armas, às armas, pela Pátria lutar. Contra os corruptos marchar, marchar...
    Viva a Revolução! Prisão com eles! Faça-se uma verdadeira "limpeza"!
    Se se cortar a cabeça ao "polvo" os tentáculos sucumbem.

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  6. Os juízes são intratáveis quando pensam que se lhes vai ao bolso.

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  7. No blog verbo jurídico, relacionado com esta temática, pode ler-se:

    ´"GOVERNO QUER A MORTE DO PODER JUDICIAL
    1. Foi outro o título, mas seria este o título que eu daria ao post do Excêntrico (link), que subscrevo e que se transcreve:
    "Por estes dias, já se percebeu que a justiça vai de conquista em conquista até à decorrada final.
    Agora até a formação de magistrados vai passar a ter "avaliação internacional".
    Nunca vi uma tão clara assunção da incompetência de um país na formação de um dos seus pilares fundamentais.(A menos que, por exemplo, se trate de estruturas da especialidade institucionalmente partilhadas ao abrigo de acordos internacionais, ou algo do género, ou algo assim, e ainda assim...).
    Mais. Veja-se os sinais, as decisões que se vão implementando, desde a estapafúrdica solução para as férias judicias até às anémicas soluções para a acção executiva, passando pela omissão, sobretudo aqui, a omissão da verdadeira reestruturação que se impõe e cujo diagnóstico há muito tem vindo a ser feito e sistematicamente ignorado pelo poder legislativo e executivo.
    A quem interessa a manutenção desse 'staus quo'?
    Como é que se cumpre o Estado de Direito e a separação de poderes se o poder judicial está a ser asfixiado pelo poder executivo e coartado dos elementos que o definem por excelência como órgão de soberania, ou seja, directamente ligado à soberania, como poder próprio e originário do Estado?
    O que vai ser deste país se um dos seus pilares, no jogo do 'check and balances' institucional, está de tal modo enfraquecido e vilipendiado que ameaça ruptura, ferido na sua própria independência e imparcialidade?"
    .
    2. O mesmo autor, escrevendo em comentário ao post de José António Barreiros na Patologia Social (link), reitera:
    «(...) Infelizmente, e isso também no domínio da opinião pública, a derrocada em matéria de justiça tem antecipado bode expiatório: Os magistrados.
    Nunca, como hoje, se percebeu que a democracia portuguesa é um arremedo de democracia.
    O princípio da separação de poderes, essencial ao equilibrio institucional e à estabilidade nas instituições para o seu bom funcionamento e desempenho, é actualmente retórica, esvaziado que foi do seu conteúdo essencial.A queda da justiça, entre o mais, pela mão de gentalha política, incompetente, vai arrastar Portugal para o fundo dos fundos.
    A menos que pessoas de bem e de bom senso tomem conta do leme, urgentemente».
    .
    3. É exactamente assim, como temos aqui por diversas vezes exemplificado e fundamentado. Mas a maioria anda entretida. Até um dia em que queiram exercer os seus direitos e garantias e já não o possam fazer".
    SUBSCREVO.

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  8. Não, pedro, o anónimo deve ter apenas sacos azuis. Não precisa de bolsos.

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  9. Fui ver. Faltaram os links.
    Aqui seguem:
    Link do excêntrico:
    http://ex-centrico.blogspot.com/2005/09/de-conquista-em-conquista-at-derrocada.html
    Link da Patologia Social:
    http://patologiasocial.blogspot.com/2005/09/magistrados-tesos-mas-cosmopolitas.html#comments

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  10. ...suspeito haver engano na escolha da cor do saco...

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  11. O que dizer deste post, que pode ser encontrado no blog Mar Salgado?

    "O INVERGÁVEL: Passeando no Colombo em pleno Domingo, a família Silva decide ir ao cinema. O alvo escolhido é "O Invergável". Dizem os jornais que se trata de um filme de acção melodramático, da história de um homem que toma conta de uma empresa falida e de como a transforma numa empresa de sucesso graças à sua liderança dura, incorruptível, justa e sem concessões. Acreditando nos jornais, a família Silva paga o bilhete, mas mal adivinha o que o filme lhe reserva. "O Invergável" é um filme sobre um homem que toma conta de uma empresa falida, mas honrada e de como a transforma num bordel. O filme descamba num estilo pornográfico barato, em que os bons actores são substituidos por canastrões, em que os actores razoáveis se submetem a práticas vexatórias e em que não há amigo do realizador que não apareça no ecran em preparos de assinalável deboche. Não falta sequer a patética personagem de um anão, que é sempre barrado na porta do estabelecimento. Perplexa, a família Silva ainda fica a saber que o realizador gozou de total liberdade criativa - não podendo ser incomodado ou limitado pela produção - e que o mesmo justificou a escolha dos actores pela sua elevada competência - referindo-se, certamente, à sua "porno" competência.
    O pai Silva gostava de conseguir explicar aos filhos o que aconteceu: porque foram enganados na apresentação do filme, porque é que os actores maus afastam os bons, quem é aquela gente toda que aparece a babar o tempo todo e, pior ainda, porque é que não há nenhuma entidade a quem se possa queixar do sucedido.
    Mais não resta do que regressar a casa, de monco caído. Na certeza de que num próximo fim de semana certamente encontrarão a sequela, num enredo enriquecido com mais amigos do realizador, alguns animais e, eventualmente, uma porno-polícia".
    DÁ QUE PENSAR!!!!!

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  12. Estou a ser chato, eu sei, mas a respeito de marketing, aqui segue um extracto da crónica da autoria de Pacheco Pereira, publicada no Público, com o título
    "responsabilidade, credibilidade e confiança":
    "Os políticos costumam ser responsabilizados por todas as coisas, muitas vezes Injustamente. Há porém uma coisa pela qual são quase que inteiramente responsáveis: a existência de um clima de credibilidade das Instituições que gere factores de confiança. É certo que, mesmo quando cumprem plenamente as suas obrigações, têm que defrontar uma permanente cultura de cinismo da comunicação social, o “ninho de víboras” como lhe chamava há anos uma das mais prestigiadas revistas americanas que estuda o jornalismo, e isso cria dificuldades cada vez maiores, às vezes mais aos bons políticos do que aos maus. A comunicação social pode criticá-los e diminui-los todos os dias, mas “gosta” de Ferreira Torres ou Valentim Loureiro, porque eles produzem espectáculo.
    A credibilidade das Instituições é também responsabilidade dos grandes corpos do Estado, tão politizados como os políticos, cada vez mais produzindo um ruído de descrédito público, que se soma à crise das instituições, como infelizmente acontece com a justiça, com corpos de segurança como os bombeiros, com sectores das forças armadas e do funcionalismo público.
    Tudo isto conta, mas, mesmo assim, como numa democracia quem legisla para as forças armadas, a justiça, as forças de segurança, são os políticos, é deles a responsabilidade última se esses corpos do Estado entram em disfunção"

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  13. Hoje chama-se Pedro.
    Ontem José.
    Quem sabe se amanhã será Maria ?

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  14. ... Pedro, José, Maria ... pouco importa, porque o que conta mesmo são as ideias!

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  15. PS (post scriptum): desde que não sejam completamente idiotas!

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  16. PS (post scriptum): desde que não sejam completamente idiotas!

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  17. Ainda em resposya ao capitão trovão:
    "Em terra de cegos quem tem um olho é rei;
    quem tem os dois é frequentemente abatido".
    João Damasceno
    in CORPO CRU
    Fenda - 1983

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  18. hoje capitão trovão, amanhã nonó.

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  19. O Silva ... muito honesto, mas distraído ! Por isso foi tanto dinheiro dos fundos europeus a fundo perdido parar aos carrões,jeeps,casas de férias ... Claro que o Silva, que é inculto, nunca imaginou que o povo fosse assim. Coitado ! Mas claro, bom gestor honesto. Mentiram-lhe durante dez anos ... vejam lá o inocente !

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