• Ao ser-lhes retirada a assistência na saúde proporcionada pelos Serviços Sociais do Ministério da Justiça, os magistrados agitam-se, asseverando que é a independência dos tribunais que é posta em causa. Porque é que os militares, querendo o Governo limitar alguns excessos no regime da assistência na saúde (v.g., pessoas "a cargo" como beneficiários), não barafustam (v.g., chaimites na rua), tal como os magistrados fazem, alegando que é a soberania do Estado que está ameaçada?
• Dada a especificidade das funções dos militares, o tribunal considerou ilegal a realização de uma manifestação por eles organizada. Os militares fizeram saltar das trincheiras os cônjuges. Se os juízes, enquanto órgão de soberania, não podem fazer greve, porque é que não cedem por empréstimo a beca aos cônjuges e os obrigam a desfilar, de martelinho em riste, pela Avenida da Liberdade acima?
quarta-feira, outubro 05, 2005
Aprendendo uns com os outros
Os militares e os magistrados estão em luta para defender os seus privilégios profissionais. Quem acompanhe as suas movimentações notará que cada uma destas corporações teria tudo a ganhar se colhesse os ensinamentos das formas de luta utilizadas pela outra corporação. É por isso que se chama a atenção dos magistrados, em especial dos judiciais, e dos militares para a necessidade da troca de experiências. Por exemplo:
Dá-lhes conselhos e que ainda vemos chaimites em São Bento e juízes a manifestarem-se ao lado do orgulho gay .....
ResponderEliminarO Post só é certeiro na referência à beca como traje profissional de juizes e magistrados do Ministério Públcio...
ResponderEliminar... digo, Público
ResponderEliminarO nível de perturbação dos Srs. Juizes é muito mais extrema do que a dos militares e isso não os deixa ver que já perderam a razão!
ResponderEliminaroh abrantes
ResponderEliminarneste momento da vida em que mais importante do que a dos juízes é a opinião de uns quaisquer cabe referir aqui que o teu amigo vital (moreira), quando ainda se não tinha deixado seduzir pelo engodo do capital e ainda gozava de reputação adequada ao seu estatuto, anotou, em parceria com um dos mais ilustres juristas da nossa praça (o Pr. Dr. Gomes Canotilho), um dos art.ºs (o então 216.º) da constituição da república reconhecendo expressamente aos juízes, apesar de não funcionários mas titulares de órgãos de soberania, a titularidade dos direitos fundamentais dos trabalhadores, entre os quais avulta, como certamente v. excelência saberá (ou não?), o da greve:
assim sendo pergunte lá ao seu amigo se os juízes podem ou não fazer greve, por forma a poder concluir o seguinte:
- se ele disser que sim, vossência fica de tanga;
- se ele disser que não, vossência tem um amigo digno de vossência, que não sabe que o quer e o que diz.
Juizes à beira de um ataque de nervos...
ResponderEliminarpróxima "fita" de Almodovar...
JAIME BENTO escreveu acerca doutro post:
ResponderEliminarQuando se comparam as remunerações e outras regalias dos magistrados com os valores que se praticam ma privada, não se pode dizer que eles ganham muito.
Mas quando se comparam as remunerações e outras regalias dos magistrados com os valores que se praticam no sector público, eles ganham muito. E têm regalias que o Estado não proporciona a mais ninguém.
É ISTO QUE É INTOLERÁVEL.
O RESTO É CONVERSA DE QUEM NÃO QUER PERDER O QUE CONSEGUIU TER.
O RESTO É QUERER QUE O ESTADO CONTINUE A TER REGIMES DE EXCEPÇÃO PARA ALGUNS.
Será possível que Juízes, Magistrados do Ministério Público, Oficiais de Justiça, Conservadores, Notários, Funcionários dos Registos e Notariado, funcionários de investigação criminal, administrativos da Polícia Judiciária , os trabalhadores dos serviços prisionais estão todos errados e apenas e tão só o ministro da justiça e seus compadrios estão certos ?
ResponderEliminarCom efeito, segundo noticia o Correio da Manhã (link), o Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado pondera agendar uma greve para os dias 26 e 27 de Outubro e a Associação Sindical dos Conservadores e registos pode também estar a preparar uma paralisação para a data em que magistrados do Ministério Público, funcionários judiciais e juízes têm marcada uma greve.
«A greve no sector judiciário vai ultrapassar as fronteiras dos tribunais e abranger outros sectores vitais da Justiça, com destaque para as conservatórias e para os registos e notariado que decidiram juntar-se à greve dos tribunais. Mas os funcionários da investigação criminal e o pessoal administrativo da Polícia Judiciária, os trabalhadores dos serviços prisionais e dos Serviços Sociais do Ministério da Justiça (SSMJ) não afastam a hipótese de greve. A decisão pode ser tomada esta semana, depois das últimas reuniões com o Governo e quando os sindicatos tomarem conhecimento dos diplomas elaborados, ainda passíveis de abrir excepções a nível sectorial».
«Na última reunião desta plataforma, realizada quarta-feira, foi deliberado – e “como uma primeira forma de luta” – “propor a todos os funcionários do Ministério da Justiça a paralisação a 26 de Outubro”. Haverá também “uma manifestação em frente ao Ministério, no Terreiro do Paço, na defesa dos SSMJ e contra a proposta governamental que visa a curto prazo a sua extinção”. E isto no exacto momento que coincide com a greve de dois dias do Ministério Público e dos Juízes,A plataforma já reuniu por três vezes e integra os três sindicatos que anunciaram a greve (juízes, magistrados do Ministério Público e Funcionários Judiciais) mais sete estruturas e associações.Para já, estão de fora os guardas prisionais e os técnicos do Instituto de Reinserção Social, que se mantêm ligados ao subsistema de saúde do Ministério da Justiça».
«Integram a plataforma da Justiça as seguintes estruturas: Associação Sindical dos Juízes Portugueses, Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, Sindicatos dos Funcionários Judiciais, Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da PJ, Associação Sindical dos Funcionários Técnicos, Administrativos, Auxiliares e Operários da PJ, Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado, Associação Sindical dos Conservadores e Registos, Comissão de Trabalhadores dos Serviços Sociais do Ministério da Justiça, Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e Federação dos Sindicatos da Função Pública».
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ESTADO DE CRISPAÇÃO GERAL
«"Não é só a Justiça. É tudo. É tudo e quase todos nós que devemos ser chamados a explicar e a sermos responsabilizados como e porquê chegámos a este estado geral de crispação social e desconfiança nas instituições tradicionalmente pilares de uma ordem estabelecida.
Desde há algum tempo, a Justiça - o mau funcionamento dos Tribunais e seus agentes responsáveis - vem sendo constituída como o último "bode expiatório" de um mal-estar na sociedade portuguesa. O arrastamento de processos mediáticos, a forma como são conduzidos na sua fase de investigação, apreciação e julgamento, e o próprio desfecho sentencioso que têm causam perplexidade. Têm minado aquela confiança de mítica crença absoluta que, depois de Deus, vinham os juízes e as sentenças dos tribunais.
O "processo Casa Pia", sem fim à vista, pelo envolvimento que teve e tem, e pela correlativa mediatização, foi assim o ponto zénite que marcou o momento-chave no desabar daquela crença. De "bons anjos" os magistrados passaram a "bons demónios". O "processo Casa Pia" pôs a nu a ignorância da opinião pública sobre os enredos da teia judicial. Mas, sobretudo, "matou a fé" na instituição da Justiça.
Neste período que vivemos de alta turbulência política e social, os casos mediáticos dos autarcas a contas com processos judiciais e esta luta de carácter sindicalista e corporativista em que os agentes judiciais se envolveram fizeram aumentar a "endemonização" destes profissionais como quase únicos "culpados" deste abalo sísmico da "ordem social estabelecida". Não estão ainda condenados, mas da constituição em arguidos não se livram» (...)
PAQUETE DE OLIVEIRA, JN, de 01/10
Este Governo foi esperto. Cuidou de dar o exemplo com os seus próprios trabalhadores, cortando-lhes nos ordenados e nos direitos sociais, para estar legitimado depois das eleições presidenciais opara queimar toda a legislação laboral. Abater-se-à então, sobre os trabalhadores do sector privado a maior destrui~ção de direitos de que há memória (13º e 14º mês, regalias da contratação colectiva, possibilidade de transferência de local de trabalho para centenas de km. de distância, como sucede com todos na Alemanha e cá já com os professores...)
ResponderEliminarDesopilem agora no blog enquanto ainda há dinheiro para pagar a conta da internet porque com a aproximação do modelo da China e da Índia, só vai haver duas classes sociais, os trabalhadores que sobrevivem com escassos euros e muito trabalho e os multimilionários donos das empresas. É o regresso das condições da revolução industrial, só que agora chama-se tecnológica...
É que já nem há muro de Berlim nem Bloco de Leste para os patrões terem medo...
O anónimo das 11:55PM só pode estar com sono a essa hora:
ResponderEliminarEntão não é que nos quer assustar outra vez como papão do comunismo ?
Mas está enganado.
Essa dos professores serem enviados, por este governo, para centenas de km de distância, deve ser um desfazamento com a realidade. Primeiro porque sempre foram os Sindicatos de professores que exigiram concursos anuais em função de "listas ordenadas". Isto quem fala do que não sabe...
Segundo, porque são os professores que concorrem por sua iniciativa a esses afastados lugares. Ou o anónimo sonha que o Estado podia colocar todos os professores a dar aulas ao pé de casa de cada um?
Terceiro e como coroa de glória da desonestidade evidente do seu comentário, é que é este governo que vai colocar já para o próximo concurso,os professores por 3,4 e 5 anos...Não costuma informar-se antes de fazer comentários?
Finalmente, se bem se entende o que escreve, o anónimo acha que os trabalhadores deste País devem recear que as medidas justas de anulação de regalias e mordomias dos FP/Magistrados/Polícias/
Militares/Outras Corporações tem em vista justificar cortes nos direitos e proventos dos trabalhadores por conta de outrem?
Que raio de argumento! E porquê?
Olhe que deve estar a ver o filme ao contrário. Os cortes nas regalias excessivas são para investir na saúde, na educação, na melhoria da Justiça e na competitividade da nossa economia.
Fica é clara a sua ideia de que economia competitiva, modelo de desenvolvimento tecnológico é a Índia ou a China: é que não o vejo a levantar-se ceo para uma longa jornada de trabalho. Estou mais a vê-lo do lado dos tais "multimilionários donos das empresas", como os define, para nos assustar com esses papões. Valha-o Deus!
Concordo inteiramente com o anónimo das 8:49 AM.
ResponderEliminarRua com os filhos da puta dos comunistas que querem infestar o blog e atirar-nos areia para os olhos.
Era nos países de Leste que os trabalhadores viviam bem? Vê-se! Por isso é que eles queriam de lá fugir! E a Rússia está uma miséria por culpa dos comunistas!
então, não percebo como é que no Estado Novo as coisas funcionavam sem problemas, os professores eram uma classe valorizada e estimada, e não sofriam os horrores de andarem uma vida inteira com a casa às costas...Afinal, que "democracia" é esta?!!!
ResponderEliminarO Miguel descobriu o v. g. (o latim é uma coisa linda...). Aposto que até sabe o que significa...!
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