Atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher (ou é a inversa que é verdadeira?)

René Magritte

António Ventinhas é magistrado do Ministério Público. É também activista sindical. Lançou-se de corpo e alma numa campanha contra a simplificação dos procedimentos notariais e registrais a que as sociedades comerciais estão obrigadas. Uma pesquisa no Google mostra-o a dissertar em jornadas europeias, a expor-se em tudo o que é comunicação social e até a falar em nome do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público [“A fé pública dos documentos poderá vir a ser posta em causa”].

António Ventinhas, em declarações ao DN, antecipa uma comunicação que viria a fazer horas depois: “Sem querer ser alarmista, se eu fosse empresário não dormiria muito bem após o dia 30 de Junho (…)”. O jornalista anotou o estado de alma do procurador adjunto e foi a correr para a redacção para dar a “cacha” ao país. Não teve tempo de perguntar ao próprio magistrado se, depois de 30 de Junho, dormirá descansado. É que, segundo consta, sua mulher é uma notária privada de inequívoco sucesso… até 30 de Junho, pelo menos.

A campanha contra a simplificação dos procedimentos notariais e registrais em que se envolveu o procurador revela-nos as potencialidades das parcerias público-privadas.