sábado, maio 27, 2006

Corporações cegas, surdas e mudas



Imagem roubada ao VEXATA QUAESTIO


José Varela Martins é o procurador coordenador dos magistrados do Ministério Público de Cascais. Foi o responsável pela investigação a José Luís Judas e ao construtor civil Américo Santo, tendo determinado o arquivamento dos autos. Ontem, O Independente publica uma foto na qual se vê o magistrado Varela Martins na mesa de honra do jantar de apresentação da candidatura de José Lamego à presidência da Câmara de Cascais, sentado muito perto de Judas.

Mais incompreensível do que a sua presença no jantar, foi a justificação dada para comparecer a esta iniciativa partidária. Tratou-se, segundo disse, de um convite “institucional” (que, por isso, justifica o traje de veraneio que usou).

Mas muito mais incompreensível ainda do que a sua presença no jantar, é o silêncio ensurdecedor das corporações das magistraturas judicial e do Ministério Público. A Procuradoria-Geral da República escusou-se a fazer qualquer comentário, nenhuma outra entidade ligada aos meios judiciais se pronunciou ou aludiu à situação. Nenhum blogue se atravessou — nem aquele que está sempre de sentinela à espreita de todas as patifarias que ocorrem por aí.

Este silêncio ensurdecedor diz tudo acerca da forma como as corporações se protegem.

ADENDA — Sugere-se a leitura de Vergonha, por João Pedro Henriques.

7 comentários :

  1. Os blogues "Glória Fácil" e "Blasfémias" pronunciaram-se.
    No entanto concordo que perante esta enormidade o silêncio é ensurdecedor.
    Como leigo na matéria pergunto se é possível reabrir o processo e fazer uma investigação ao magistrado?
    Se tal fôr possível a iniciativa terá de partir de quem?

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  2. Da Maria da Fonte, bem de certo!

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  3. "se é possível reabrir o processo e fazer uma investigação ao magistrado":

    Quem ler o Independente tem a resposta a essas questões, dada pelo próprio Varela Martins.Mas nem era preciso:

    Bastaria que soubessem um pouco mais de processo penal. COmo não se sabe, bem se quer saber, anda-se a fazer figura de urso, vilipendiando com suspeitas dúbias.

    Uma vergonha absoluta, o que se pode ler aqui e no Glória Fácil, a propósito deste assunto.

    Quanto ao comentador do Glória Fácil, é uma vergonha acrescida.

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  4. E porque é que se sabe de processo penal você não explica a todos o que está em causa para o Varela ter ido contra todas as entidades que tinham uma posição contrária ?

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  5. O comentador que sabe de processo penal sabe, mas não diz.
    É que a emenda podia ser pior que o soneto.
    Bem faz o outro que entrega o caso à Maria da Fonte que não ficou conhecida por corrupta.

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  6. Em crimes como os que estão em causa nesse processo, qualquer pessoa ( jornalista do Glória Fácil, por exemplo), se pode consituir assistente no processo.
    Esse estatuto permite que se vá lá ao processo ler o que existe, podendo ser requeridas novas diligências se for o caso e permite que se possa requerer a abertura de Instrução para que um juiz, possa analisar e eventualmente decidir de modo diferente daquele que o Varela Martins o fez.

    É assim que se deve fazer, antes de deixar a insinuação de que o Varela é mais um corrupto.

    E ainda se pode fazer outra coisa: suscitar junto do imediato superior hierárquico do Varela a intervenção para que o mesmo aprecie o trabalho efectuado pelo Varela.
    É asim que se faz, antes de insinuar o que se pretende insinuar.

    Peçam responsabilidades ao procurador Geral distrital, Dias Borges!
    Foi o mesmo que acusou a juiz Galante, mulher do juiz Rui Rangel, irmão deste Rangel que por aí anda a invectivar jornalistas. Por isso, esse PGA não é suspeito de também ser corrupto. Pode ser acomodade,mas parece ser sério.

    É assim que se deve fazer e a lei processual penal permite-o.

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  7. "É preciso ter lata". AQ ler

    o-bem-amado.bloggspot.com

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