O procurador Carlos Teixeira dá uma entrevista ao Correio da Manhã a propósito do pedido de escusa que apresentou. Eis alguns fragmentos da entrevista:
"– Desde que começaram as investigações teve sempre o apoio dos seus superiores hierárquicos?
– Não respondo a essa pergunta, pois implicaria um juízo de valor.
(…)
– O actual procurador distrital do Porto, Pinto Nogueira, disse que no processo ‘Apito Dourado’ as investigações deviam ter sido concentradas em menos arguidos...
– Sobre essas questões não falo por terem a ver com o processo.
(…)
– O trabalho que desenvolveu está a ter a sequência que esperava?
– Não respondo. Se o fizesse estaria a fazer um juízo de valor sobre o trabalho dos outros colegas e não o quero fazer."
Ficou assim criada a nova figura jornalística da não-entrevista.
ResponderEliminarA questão pode até ser juridicamente interessante:
1) Se numa entrevista (normalmente entendida como uma sequência de perguntas e respostas) o entrevistado "responder" sistematicamente ou muitas vezes "não respondo" ou “não falo” pode ainda assim considerar-se que a entrevista existiu ?
2) E se não existiu, pode considerar-se que a culpa foi do jornalista (que só fez perguntas a que o entrevistado, no seu legítimo direito, só poderia ter "respondido" com um rotundo “não respondo" ou “não falo”) ?
3) Quando se convida o membro de um corpo profissional para uma entrevista sobre temas relacionados com processos em que participou e que foram objecto de atenção mediática recente, é legítimo que o potencial entrevistado crie a expectativa de que a entrevista irá versar sobre temas de outros processos e/ou de outras pessoas, ou até mesmo de outras áreas de actividade ?
Parece mesmo o "Miguel" a responder a certas questões incómodas dos comentários ou o Cunhal na sua época áurea...
ResponderEliminarSugestão para Miguel debater aqui...
ResponderEliminarhttp://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1258290&idCanal=95