Um estudo da Universidade de Aveiro revelou que “62 por cento dos alunos [do 12.º ano] recorrem a explicações e têm cerca de 10 horas semanais de aulas particulares, o que obriga as famílias a desembolsarem entre 200 a 250 euros por mês”. Mistérios que subsistem:
• O ministro das Finanças terá conhecimento deste corpo profissional de explicadores?
• As horas previstas para preparar as aulas são utilizadas por alguns professores neste segundo emprego, enquanto os outros professores se esfalfam para não deixar degradar o ensino público?
• Os sindicatos, e a FENPROF em particular, não deveriam ter tomado posição sobre isto, garantindo — do mal o menos — que os sindicalistas a tempo inteiro não se dedicam a este nicho de mercado?
"As horas previstas para preparar as aulas são utilizadas por alguns professores neste segundo emprego, enquanto os outros professores se esfalfam para não deixar degradar o ensino público?"
ResponderEliminarCaro "Miguel", não se pode ser especialista em tudo sem se dizer, de quando em vez, umas barbaridades...
O horário dos professores, como de qualquer funcionário público, é de 35 horas. Destas, o ME destina 3 para Reuniões semanais (e, muitas vezes, não chegam) e 6 para preparar aulas, preparar actividades, preparar visitas, fazer testes, corrigir testes, corrigir trabalhos, preparar salas para actividades, etc., etc.
As restantes horas são actividades de Escola (22 horas são lectivas e 4 de outras actividades de Escola - substituições, clubes, etc.) se se for novo; os mais velhos iam residindo a carga de aulas semanais (a partir dos 40 anos tinham menos duas horas de aulas e de 5 em 5 anos reduziam mais 2 horas até um máximo de 8 horas - digo tinham porque a Ministra quer mudar isto...) sendo que essas reduções eram usadas para actividades na Escola.
Pergunta - nas áreas em que há procura de explicações onde é que os professores vão conseguir fazer o seu trabalho de Escola e dar explicações...?
Ou trabalham além dessas mesmas horas ou não conseguem dar explicações. Daí que esmagadora maioria dos profissionais de explicações não esteja no Ensino... É pena é que, de facto, essas pessoas (profissionais liberais…) não paguem, como os professores, os seus impostos…
Espero que o "Miguel" tenha percebido tudo.
É claro que o Anónimo tem, por certo, o estudo que lhe permite afirmar que a maioria dos profissionais das explicações não estão no ensino? Mas ainda que isso seja correcto, subsiste uma percentagem e certamente larga - conheço alguns casos - que estão simultaneamente no ensino público e fora dele em aulas no ensino particular e cooperativo, em explicações e etc.
ResponderEliminarCaro Politikus:
ResponderEliminarSou professor e acompanho todos esses fenómenos paralelos ao ensino. Não dou explicações (nem vendo) mas sei de uns poucos (professores) que dão.
Quanto às acumulações (colégios, formações, etc.) elas estão tão coartadas e legisladas (para além de fortemente tributadas) que já poucos professores as vão dando e os Centros de Formação de Professores começam a ter problemas em ter formadores. Basta ter-se redução de componente lectiva (que até jhoje começava aos 40 anos) para ser quase impossível poder dar aulas em Colégios.
Aliás o "Miguel" uma vez aflorou o assunto e, num comentário, foi aqui colocado a regulamentação legal das acumulações...
Mt bem...sucede que existem profesores que dando aulas há mais de vinte anos têm apenas 10 horas de ectividades lectivas pq dão a turmas nocturnas...o resto de dia preparam as ulas que já têm preparadas desda há cinco anos a esta parte e dão explicações..aqui ao lado tenho isso...
ResponderEliminarPode dar jeito mas não é ético, sobretudo qd se é delegado sindical.
Ex-prof
Ò Miguel, os professores/as a grande maioria, larga maioria, são de letras e de tretas.
ResponderEliminarProfessores de ciências muito poucos e maus, logo a miudagem precisa de explicações, como eu e muitos tivemos que ter.
Seria bom saber qual a percentagem de prof tem o ministerio em cada uma das areas
É claro que há excepções (há quem recuse horários nocturnos... conheço uma Escola em que é um problema para ter professores no Ensino Recorrente).
ResponderEliminarÉ claro que há uma minoria de professores que está em grupos em que há pouco trabalho extra-aulas (Educação Visual) e, tendo tirado outro curso, dão explicações de Matemtática ou de Físico-Química.
Como em tudo, há excepções e erros... Mas compare-se a situação dos professores em acumulação e a dar explicações com outros casos - por exemplo a Advocacia e a fuga aos impostos ou algumas profissões (cabeleiras/barbeiros, biscateiros, sapateiros, etc.) - serão os casos comparáveis...?
Em todos os casos terá de haver mais fiscalização e intervenção do estado, mas não me parece que o caso dos professores seja comparável com todos outros casos aqui citados...
"Ò Miguel, os professores/as a grande maioria, larga maioria, são de letras e de tretas."
ResponderEliminarInvestigue-se, Miguel...
Já agora que abriu a caça às bruxas, porque não se critica a mudança de horário dos deputados, para assistir ao mundial e já agora quantos não darão "explicações" por fora?!
ResponderEliminarE porque não investigar as "dicas" dos legisladores antes de tempo, com os consequentes investimentos na "hora H"?!
Já agora... porque não vem de cima o exemplo?!
Pergunto também onde andam os nossos descontos para a (in)Segurança Social.
Quem os (mal)geriu?
Porque não são investigados?!
Levaram 32 anos a abrirem o buraco...
agora resta apenas deitar terra por cima!
ÓBalhaMeDeus...