sábado, outubro 07, 2006

O Ministério Público segundo Sousa Tavares

A ler na íntegra o artigo de Miguel Sousa Tavares no Expresso de hoje, intitulado “Inocente”. Se algum leitor que subscreva a edição electrónica do semanário quiser disponibilizar o texto, reproduzi-lo-ei na íntegra. Fica um extracto:

    O Ministério Público que Souto Moura deixa em herança é uma corporação que actua como se fosse um poder constitucionalmente autónomo, e que é comandado não pelo procurador mas pelo Sindicato”.

6 comentários :

  1. Um chorrilho de asneiras


    Sousa Tavares, numa crónica aparentemente mais branda do que as costumeiras, escreve outra vez sobre o MP e sobre Souto de Moura.
    O assunto lá vai dando pano para as mangas de quem precisa de escrever artigos de jornal para preencher espaço.
    O do Expresso de hoje é um chorrilho de disparates graves que não tem ponta por onde se lhe pegue, excepto uma: a de mais uma vez pretender desfazer na instituição que é o MP e de modo totalmente errado.
    Justifico assim, estas considerações:
    Primeira atoarda- SM “herdou uma PGR transformada em instrumento de combate político pelo seu antecessor e deixou as coisas correrem assim.” Seriam úteis as explicações concretas para a atoarda; os fundamentos e as razões para se escrever assim. Sem elas, parece uma frase pirata. Mal por mal, prefiro os eduardinos.
    Segunda bacorada- “Não contesto a independência e a irresponsabilidade das decisões judiciais dos magistrados do Ministério Público”. Esta não é de bradar aos céus. É mais de fugir a sete pés de quem escreve coisas assim! O tipo nem sabe distinguir decisões judiciais, típicas dos juízes, das decisões dos magistrados do MP. É tudo igual!
    Terceira investida contra o conhecimento destes assuntos- “O MP é (…) uma corporação que, em primeiro que tudo se representa a si própria e aos seus interesses, que actua como se fosse um poder constitucional autónomo, em pé de igualdade com os restantes”. O fulano nem conhece o artigo Constitucional que consagrou a autonomia do MP. Alguém corra a dar-lhe o endereço…que pode ser aqui. Basta ler o artigo 219º nº 2 que diz assim: “O Ministério Público goza de estatuto próprio e de autonomia, nos termos da lei.”
    Esta garantia de autonomia consagrada constitucionalmente já tem uns anos…e pela escrita parece que a confusão entre autonomia constitucionalmente garantida e “poder constitucional autónomo”, nem chega a operar-se tal é a confusão conceptual que se patenteia.

    Quarta investida inconstitucional- “ “(O MP) é comandado não pelo procurador mas pelo sindicato”. Esta é que é de cabo de esquadra! O sindicato a comandar o MP! Com assento permanente no CCMP; com poder de influência junto dos conselheiros e por isso, nem se percebe porque razão afinal é o procurador tão vilipendiado. Afinal, a culpa dos desmandos e da ausência de “responsabilidade” é do Sindicato! Mas…é esta a mesma explicação para o nosso ensino: quem manda, sefgundo os sousas tavares, são os sindicatos! A analogia mentalmente organizada, parece evidente.
    Quinta parte arrazoada- o tal processo! O “maldito processo”! A maldita caderneta de notáveis é que é a prova provada que o processo foi pessimamente instruído por…Souto Moura! A tal investigação que o outro ( JPP) já chamou “pesca por arrasto”.
    Arrasto por arrasto, fico por aqui que já estou arrasado de tanto lamentar este tipo de crónicas.

    Caro Miguel Abrantes: dê-lhe o destaque merecido que esta é de antologia!

    ResponderEliminar
  2. Realmente José, perdoe-me que lho diga, mas perde o seu tempo. Não acha que, se «the powers that be» acham que está tudo, efectivamente, tão mal devem actuar em consonância? Daqui a dez anos voltamos a falar e veremos quem, de facto tinha razão. Pode ser tarde de mais, mas foi tudo feito por quem podia fazê-lo. Neste momento é preciso ver estas coisas com enorme distância. Por muito que custe a quem possa saber (melhor).

    ResponderEliminar
  3. No Sorumbático (que está nas ligações deste blog) tem um post muito engraçado e educacional, com meninas e tudo (bons tempos, em que alguns blogues colocavam imagens que valiam a pena...). O post é este:
    http://sorumbatico.blogspot.com/2006/10/habituem-se-ou-o-portugus-suave.html

    ResponderEliminar
  4. Para «o josé», como para os próceres do MP em geral, quem os critica é ignorante e não percebe nunca nada daquilo sobre que escreve. Quem está do lado deles e diz bem deles tem sempre carradas de razão e está na «linha justa». Quem os critica e mostra as degenerescências dessa magistratura é ignorante, só diz asneirass e está ao serviço dos decadentes políticos.
    Não é por acaso que esses visão maniquísta (quase me apetecia dizer escatológica) foi muito usada em certos quadrantes ideológicos, com expressão institucional em certos partidos políticos, onde as mesmas pessoas passam de bestiais e bestas, de heróis (adorados pelos trabalhadores) a abjectos traidores do povo, num fugaz instante histórico. De um dia para o outro deixam de ser virtuosos e exemplares para serem vis servidores do inimigo.

    Ai josé, josé... como te revelas!

    Filotémis

    ResponderEliminar
  5. Mas...eu só me limitei a apontar aquelas asneiras que considerava evidentes!

    Será que não são?!

    E só por as ter apontado, já não mereço crédito no que escrevo e serei maniquesista e mais coisas ainda?

    Filotémis ( que não confundo com o Miguel Abrantes): a honestidade intelectual é filha da razão. A emoção é também uma razão, mas que a razão desconhece. É uma filha bastarda.

    ResponderEliminar
  6. esta veia literaria do jose, o tal serventario, esta a levá-lo para o lado do esquecimento e da verdade.repudia os factos e quer fazer crer aos outros que o que se passa são meras invenções de alguns pobretanas.cuida-te, eu te conheço bem,á muito tempo, tu sabes que eu sei!...
    kavako

    ResponderEliminar