Fiquei algo apreensivo por ter publicado a foto da modelo, chamemos-lhe Adriana (nome fictício), que o Arq. Saraiva havia inspeccionado da cabeça aos pés. O arquitecto já nem está no Expresso, agora leva uma vida bem mais recatada e a publicação da foto poderia ser entendida como um aproveitamento descontextualizado das diabruras dos tempos de juventude.
Felizmente, José António Saraiva é um cavalheiro. Sem acrimónia, enviou-me um bilhete, expediente que prefere ao telefone, como Salazar (cf. Confissões), para evitar perdas de tempo. Nesse bilhete, não só não mostra qualquer ressentimento, como ainda me disponibiliza, em exclusivo, outras fotos sobre as peripécias que envolveram Adriana, a modelo “que fora mordida em pequena por um animal” e à qual “lhe faltava um bocado de uma das nádegas.” Reza o bilhete:
Felizmente, José António Saraiva é um cavalheiro. Sem acrimónia, enviou-me um bilhete, expediente que prefere ao telefone, como Salazar (cf. Confissões), para evitar perdas de tempo. Nesse bilhete, não só não mostra qualquer ressentimento, como ainda me disponibiliza, em exclusivo, outras fotos sobre as peripécias que envolveram Adriana, a modelo “que fora mordida em pequena por um animal” e à qual “lhe faltava um bocado de uma das nádegas.” Reza o bilhete:
- “Caro Miguel,
Chamou-me o meu eficiente adjunto Lima a atenção para um postal que publicou no seu sítio. Não nego que senti prazer em desvendar a identidade do leitor que os estudos de opinião teimavam em assegurar que eu tinha no país. Grato pela atenção que dispensa às minhas memórias (e às de Adriana), faculto-lhe mais algumas fotos das peripécias que paralisaram a redacção do Expresso durante meia dúzia de dias para dissimular a nádega defeituosa da modelo que, sabe Deus como, invadiu o meu antigo gabinete nos confins de Caxias.
Garanto-lhe, caro Miguel, que os preliminares da sessão fotográfica se converteram numa tarefa ciclópica, como costumava dizer Marcello Caetano nas suas saudosas Conversas em Família. Desde então, nunca mais lamentei as tardes de sexta-feira que perdia para inventar as manchetes do dia seguinte, trabalho a que, valha a verdade, apenas o Dr. Durão Barroso, no seu tempo, me poupou.
Aceite um abraço ao Sol do
José António
PS — No verso das fotos, encontra uma breve nota explicativa que o poderá auxiliar a acompanhar as peripécias da inspecção da jovem Adriana. Publique as fotos que entender.
Eis as fotos e as breves notas explicativas do Arq. Saraiva para se poder acompanhar a inspecção a Adriana:
“Aqui, a Adriana, pousando num canto do meu gabinete de trabalho, já havia substituído o papel higiénico por algodão para compensar o pouco peito com que Deus a contemplou. Dei o OK em relação aos seios. Mas repare, Miguel, na foto, a qual põe em evidência um terceiro problema com que então deparei: a jovem tinha um piercing no umbigo, que um semanário de referência não poderia jamais exibir.”
“Depois de muito matutar na questão do piercing, decidi levar a Adriana ao gabinete de Francisco Balsemão (na foto de cima, pousando na poltrona que eu usei durante dois anos até convencer o patrão a acabar com a Revista do Vicente), pondo em suas mãos a decisão final. Tendo-a também inspeccionado com a minúcia que a situação exigia, o patrão da Impresa sugeriu que o fotógrafo a captasse numa posição mais oblíqua, expondo o lado não defeituoso e procurando encobrir o embaraçoso piercing.”
“Não tendo o resultado sido inteiramente satisfatório, eu próprio, acompanhado de Balsemão, do meu adjunto Lima e dos editores do Vidas e da Sociedade, conduzi a Adriana até à praia mais próxima das instalações do semanário. Já que a foto se destinava a um dos nossos suplementos de Verão, a ideia era então pôr os leitores a sonhar. Montámos um estúdio improvisado no areal de Caxias. Mas a maldita nádega defeituosa ficou à vista dos leitores de maior agudeza de espírito.”
“O Pedro Norton e a Mónica, que já nessa altura andavam feitos com o Henrique, acharam aquilo tudo uma pimpineira. E eu, Miguel, com a Adriana nos braços: nádega defeituosa, pouco peito e piercing a cintilar no umbigo. Veja a alhada em que eu estava metido! Fechei-me com a Adriana no gabinete, chamei o Vítor Rainho e, com a minha proverbial capacidade de persuasão, convenci-o a ilustrar as suas crónicas da noite com ela. O Lima, o meu adjunto, ficou incumbido do guarda-roupa: uns trapos que empolassem os seios, cobrissem a nádega defeituosa e escondessem o piercing. Foi o dia mais difícil à frente do Expresso, mas levei a nau a bom porto: eis a foto da Adriana, em cima da minha secretária, tal como a publicou o então semanário de referência.”
Este abrantes é o máximo. o sól, que sól? o da minha terrinha? o saraiva , que eu conheço, não tem perninha para tanto bife do lombo.que se vá mas tratar ao psiquiatra.
ResponderEliminarTrata-se da supermodel brasileira Adriana Lima.
ResponderEliminarVejo que por aí só há olhos para o Sócrates ...