segunda-feira, julho 30, 2007

“O nosso grande líder”: Mendes importa democracia da Madeira


— Ó nosso grande líder, tou aqui...




Cheio de falta de ar democrático, Marques Mendes foi com o seu séquito para a Madeira. O banho de multidão não poderia ter sido melhor. Uma velhinha, que nem sabia quem ele era, foi filmada pela televisão a pregar-lhe um beijo na boca por engano, enquanto Mendes lhe garantia que “era simpático, embora baixinho (sic)”.

No comício, as intervenções foram inflamadas. Jaime Ramos, indivíduo capaz de inspirar medo a qualquer pessoa que se cruze com ele na rua, berrou que Sócrates é aldrabão. Jardim não ficou atrás e distribuiu insultos com generosidade. Mendes e o seu séquito assistiram a tudo, com sorrisos estampados que variavam entre a vergonha e a cumplicidade.

O próprio Mendes fez uma intervenção em que procurou, contra toda a evidência, atirar para o Governo as culpas pelos atropelos à legalidade constitucional a que assistimos na Madeira. Depois de se dirigir a Alberto João chamando-o por “o nosso grande líder”, Mendes, ciente da sua baixa credibilidade, pediu a Sócrates para falar com o Presidente da República. O (ainda) líder do PSD comporta-se como aquelas crianças que são zurzidas na escola e vão fazer queixa ao professor.

É este, pois, o excelente método de luta contra a claustrofobia democrática que o PSD propõe. Também não admira. O grande campeão dessa luta, o Mendes em pessoa, caracterizou-se por uma elevada compreensão do serviço público de televisão quando foi ministro: segundo vários relatos, era ele quem telefonava para a RTP a dizer que notícias e por que ordem deveriam aparecer no Telejornal. Tudo isto com a agravante de, nessa altura, não existirem canais privados.

Mais recentemente, Mendes distinguiu-se por defender uma democracia limitada dentro do seu próprio partido. Agora é a cereja em cima do bolo. Mendes gosta tanto da liberdade que gostaria que ela atingisse no continente níveis idênticos aos da Madeira.

No meio de tanta confusão, Santos Silva foi também à Madeira, onde fez uma intervenção clara e pedagógica no congresso do PS. Se Jardim e o inenarrável Ramos aprendessem alguma coisa, perceberiam, ao ouvi-lo, que no combate político não é necessário recorrer ao insulto, à ameaça e à grosseria. Talvez não seja tarde: no Programa Escolhas cabe sempre mais um. Ou dois, contando com Jaime Ramos.

11 comentários :

  1. O problema de Portugal é só um: o Estado, desde Salazar, é o responsável pela existência de uma falsa classe média. Nós, as mulas que só pagam impostos e não recebem porra nenhuma do mesmo, somos os cabrões que sustentam aquele seu primo que trabalha na Camara de Setúbal ou aquela sua tia que tem um tacho na Camara de Lisboa e que já deviam estar no desemprego há muito tempo.
    Quando acordar de manhã e olhar pela janela, tudo o que está a ver à sua volta é falso. Tudo é falsificado, tudo não resistiria a uma inspecção séria, como deve ser, da Comunidade Europeia, que por paternalismo e para não levantar ondas, permite que Portugal seja FALSAMENTE, um país de 1º Mundo.

    Finalizando: enquanto os Portugueses não se DESPEDIREM POR INICIATIVA PRÓPRIA da função pública, para a iniciativa privada ou para emigrarem, enquanto O SISTEMA ELEITORAL CONTINUAR A PROMOVER A DEMAGOGIA ELEITORALISTA, enquanto o poder local for um cabide de empregos na melhor TRADIÇÃO SULAMERICANA E TERCEIROMUNDISTA, não vamos sair dessa situação em que tudo pede, tudo conspira, tudo enseja a que O PORTUGUÊS EMIGRE.

    Desde os tempos de Salazar que a maior fonte de renda do país eram as remessas do estrangeiro. Diante da inviabilidade atávica do país, tudo conspira para que esta situação seja perpetuada.

    Edie Falco

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  2. «Se Jardim e o inenarrável Ramos aprendessem alguma coisa, perceberiam, ao ouvi-lo, que no combate político não é necessário recorrer ao insulto, à ameaça e à grosseria»

    Comovente. Sobretudo vindo de alguém que, referindo-se a uma afirmação do Dr. Bagão Félix (errada, de facto) afirmou «Vale tudo ... até ser burro».

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  3. E quanto à independência da Republica das Bananas não falaram?
    Eu cá por mim achava muito bem!

    Um cubano

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  4. A fotografia vale por todos os comentários que se possam fazer.

    Ele há cenário mais labrego e burgesso que este?

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  5. Ó Miguel, desculpa lá pá...não perco tempo com essa besta quadrada nem com o Charrua de 4 patas..filhos de pai incognito, ao menos podiam dizer que eram do carejeira

    Ze Boné

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  6. Os actuais liders do PSD são um conjunto de escumalha do mais reles que há no país.
    Como é possivel que um grupo de paquidermes abjectos vomitem tais dilates e o presidente (kavako) esteja caladinho.
    Será que esta gente merece ser PORTUGUES? Não será altura de nos portugueses do continente assumir-mos as nossas responsabilidades e correr este gentalha do nosso espaço fisico? Eu acho que sim.

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  7. JARDIM, MENDES, RAMOS E O RESTO DA COMANDITA, PERTENCEM A UMA ESPECIE EM VIAS DE EXTINÇÃO.

    O QUE SE PODE ESPERAR DE,LOUCOS E BÊBADOS QUE ESTREBUCHAM SEMPRE QUE FALAM NUM DELÍRIO PERMANENTE, SEM ÉTICA E MORAL,CUJO OBJECTIVO É EXTORQUIR O NOSSO DINHEIRO.
    Vamos correr com esta gente deste país.Que se governem por eles proprios.

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  8. JARDIM, MENDES, RAMOS E O RESTO DA COMANDITA, PERTENCEM A UMA ESPECIE EM VIAS DE EXTINÇÃO.

    O QUE SE PODE ESPERAR DE,LOUCOS E BÊBADOS QUE ESTREBUCHAM SEMPRE QUE FALAM NUM DELÍRIO PERMANENTE, SEM ÉTICA E MORAL,CUJO OBJECTIVO É EXTORQUIR O NOSSO DINHEIRO.
    Vamos correr com esta gente deste país.Que se governem por eles proprios.

    Ter Jul 31, 07:42:00 PM

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  9. Ao que se desce...
    Marques Mendes a qualificar A. J. Jardim como o "nosso grande líder"!?
    Jardim merece ser promovido por Marques Mendes a presidente honorário vitalício do PSD...

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  10. Viva a Ibéria do Saramago...

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