quinta-feira, dezembro 20, 2007

Em defesa do aumento do salário mínimo nacional (SMN) [1]

Portas incumbiu a Juventude Popular de fazer de porta-voz dos empresários dos têxteis em extinção. Um investigador em biotecnologia e um moço que prega a caridade na blogosfera saíram em defesa dos juvenis do CDS-PP. Por mais gráficos que transcrevam de sebentas avulsas, não vi nenhuma resposta convincente em relação ao que o Daniel Oliveira escreveu: “E os meus argumentos contra a escravatura não são, antes de mais, económicos. São morais.

Em todo o caso, vejam-se as possíveis desvantagens que os apoiantes da Juventude Popular apontam à subida do SMN.

Em primeiro lugar, argumentam que a subida do SMN provoca aumento do desemprego. É verdade que subir o custo de trabalho em todo o espectro da economia pode efectivamente causar aumento do desemprego (v.g., França). No entanto, estudos empíricos revelam pouca evidência de que a subida isolada do SMN aumente o desemprego. Porquê? Por uma razão simples: a baixa elasticidade da procura no mercado laboral dos unskilled no curto/médio prazo.

Em segundo lugar, sustentam que a subida do SMN provoca uma diminuição da competitividade (e Pacheco Pereira utilizou ontem este argumento na Quadratura do Círculo). Parecem esquecer-se de que:

    • O SMN não é o salário médio (sendo desejável que nos próximos anos o salário médio cresça moderadamente);
    • Os países concorrentes também aumentam o SMN (até mais do que Portugal);
    • O SMN pouco subiu nos últimos anos (criando margem para aumentos sem fazer perigar a competitividade);
    • O país não quer nem pode especializar-se em sectores de mão-de-obra barata.

2 comentários :

  1. Os putos mimados do cds, que não sabem o que é trabalhar, ignorantes da realidade do mundo do trabalho,que mais se pode esperar?
    É com estes rapazinhos que o cds quer ir para o governo? Deus nos livre.Pela minha parte nunca terão essa possibilidade.

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  2. O q mina a competitividade são administradores a ganharem vencimentos e fringe benefits ao nivel dos gestores europeus e empresas a registarem prejuizos e produtividades menores q no resto da Europa. Claro q pouco sobra para os trabalhadores "unskilled", mas a culpa é colocada no SMN! Deviam era ter vergonha de pagarem essa miséria a quem quer que seja!
    A nossa classe de pseudo empresários, que querem cada vez menos estado na economia, mas andam sempre a tentar mamar na teta do estado, é muito fraca e de vistas curtas!
    Feliz Natal

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