— Ó Flor, com o que me pagam, você queria que eu tivesse lido o parecer da PGR, hã?!
“É uma questão jurídica, de facto. Eu não conheço o parecer do Doutor Paulo Otero, que foi meu aluno e que é um professor qualificado da minha escola — ainda por cima, embora trabalhando ultimamente em vários processos para o Governo, insuspeito, porque é da Nova Democracia (…).
Aquilo que eu sei é que a Procuradoria-geral da República tinha uma posição diferente. Eu admito, sem ter estudado a questão, que haja duas posições diferentes. A Procuradoria dizia que a acumulação, mesmo com actividade não remunerada, violava a exclusividade. O entendimento, pelos vistos, de Paulo Otero é que, na falta da lei, a exclusividade com actividade não remunerada não viola a lei. Bom, portanto, terei de ver com atenção se viola ou se não viola. O entendimento da Procuradoria era que sim.”
Marcelo Rebelo de Sousa, As Escolhas de Marcelo
O assunto morreu à nascença, mas vale a pena recordá-lo, porque Marcelo se comprometeu no passado domingo a estudar a questão. A opinião expressa pelo leitor Carlos M. demonstra que o professor/comentador, quando se referiu ao regime de dedicação exclusiva dos deputados no passado domingo, nem sequer havia lido o Parecer n.º 73/91 da Procuradoria-geral da República (PGR).
Mas há um meio para retirar o professor/comentador da lama. Vamos por partes:
1. Que está em causa neste parecer que foi solicitado pelo presidente da Assembleia da República?
Tendo a Lei n.º 102/88, de 25 de Agosto, permitido que fosse pago aos deputados um subsídio de 10 por cento do vencimento se estes desempenhassem o mandato “em regime de dedicação exclusiva”, colocou-se a questão de saber que tipo de rendimentos poderiam ser auferidos sem pôr em causa a “dedicação exclusiva”.
2. O parecer sustenta que os deputados poderiam ser abrangidos pelo regime de exclusividade de funções se auferissem rendimentos provenientes de direitos de autor, participação em conferências, etc..
3. O parecer vai mais longe, ao comparar a situação dos deputados com a do pessoal dirigente da administração pública, dos eleitos locais, dos médicos e dos docentes. A PGR sublinha que há actividades remuneradas que são permitidas a estes corpos profissionais que não são aos deputados que optem pelo “regime de dedicação exclusiva”.
4. Significa isto que o parecer da PGR incide apenas sobre os casos em que há actividade remunerada. O parecer não se pronuncia sobre as actividades não remuneradas. Nestes termos, a posição da PGR, homologada pelo presidente da Assembleia da República [cf. II Série do Diário da República de 14 de Maio de 1992], vai exactamente em sentido contrário ao que o Público diz sobre o assunto.
Aqui chegados, já o leitor se apercebeu que o Prof. Marcelo nem sequer ouvira falar do Parecer n.º 73/91 da PGR, o que não o coibiu de discorrer longamente acerca do assunto.
Que saída arranjar para que o Prof. Marcelo possa continuar a encarar, sem constrangimentos, os telespectadores aos domingos?
Vejo uma única saída: na próxima prédica, o Prof. Marcelo confessa que teve de confiar no Público porque a base de dados destas matérias esteve, no fim-de-semana passado, inactiva. Não podendo o comentador/professor consultar o parecer, a culpa é, de uma forma ou de outra, sempre de Sócrates.
O banha da cobra não sai lá muito bem deste filme ....
ResponderEliminarlol
ResponderEliminarNão adianta protestar:
ResponderEliminarO SóCretino sofre de um "défice de ética e outro de estética"...
E a culpa não é do SóCretino...
ResponderEliminarÉ da mamãe... que devia ter-lhe dado 1/4 de volta à cabeçorra quando ele nasceu.
Tanto batem nos magistrados aqui no blogue a propósito dos seus privilégios e agora a propósito da exclusividade ... népia.
ResponderEliminarEstá tudo dito no "Não acredito" em http://jomegeme.blogspot.com/
ResponderEliminarEste marcelo é o "TONTOMOR DO REINO" mentiroso e boateiro quanto baste. Analista e comentador de fábulas. Um artista decadente em vias de extinção.
ResponderEliminarPalavras para que? SOCRATES é o maior e o mais competente 1º. Ministro de à 100 anos. O resto é dor de cotovelo e ignorancia.
ResponderEliminarAcho que falava do tal Abrantes:
ResponderEliminar«Os assessores do Governo fazem hoje uma defesa cerrada e acérrima do Primeiro-Ministro e têm mesmo um blogue, com umas musiquinhas assim a dar um ar ligeiro, que serve para fazer contra-informação na blogosfera».
Luís Pedro Nunes, há minutos, no Eixo do Mal
Foi do Corta Fitas, que tirei o texto anterior.
ResponderEliminarLPN, o ratazanadeSargeta do jornaleco fascistoide opina ou é pinado? Vozes de burro não chegam ao ceu.
ResponderEliminarPinados devem ser com regularidade os moços aqui do blogue.
ResponderEliminarTêm cara disso e pertencem ao clube restrito.