domingo, fevereiro 10, 2008

Sugestões de leitura

• Fernanda Palma, 'Der arguido':

    Antes da reforma penal de 2007, o arguido era qualquer suspeito de um crime sob investigação. Porém, causa estranheza, tanto a alemães como a ingleses – mas também, claro está, aos portugueses – que uma pessoa seja estigmatizada e veja os seus direitos restringidos sem que sobre ela recaia fundada suspeita da prática de um crime.

• Nuno Brederode Santos, UM DESERTO DE ABUNDÂNCIA:

    «Poderia ocupar-me da imparável progressão de Santana Lopes no PSD. Como Roma perante a marcha dos elefantes de Cartago, Menezes não consegue travar o avanço paquidérmico da tão celebrada "colaboração institucional". Após a tentativa, infantil e amadorística, de Ribau Esteves, com a falhada assessoria de imprensa junto da bancada parlamentar, o Presidente do partido não encontra agora espaço, físico e cronológico, para incendiar in loco, o país. Esbarra na sobrecarregada agenda das "presidências abertas" do líder parlamentar. Uma lição para aqueles que, como eu, só pensaram que Santana teria, no Parlamento, tribuna bastante para ensombrar nos media um chefe partidário que não é deputado. Mais criativo e mais ambicioso, Santana aposta que também o pode fazer no terreno. E o pior é que, para quantos, no PSD, pensam que Menezes já não vai lá, Santana tem alguma razão: se não for ele, será alguém de fora da actual direcção a tentar a sorte antes das eleições (ou, mais avisadamente, antes da formação das listas). Já aqui escrevi que não entendia porque é que a "colaboração" era "institucional". Agora já nem entendo porque é que é "colaboração".»

• Wolfgang Munchau, Ver além do curto prazo:

    «E que dizer das perspectivas a longo prazo para o crédito securitizado? John Kenneth Galbraith escreveu na sua obra “A Short History of Financial Euphoria” que a finança não é dada a inovações, ponto final. E explica que o que é tido como inovação não passa, afinal, de crédito securitizado. É, pois, possível “embrulhar” os activos, reembrulhá-los e dar-lhes outro nome, mas há algo que nunca muda: a certa altura alguém ficará a dever dinheiro a outrem. Ora, se este mercado crescer, não tenho dúvidas de que isso será consequência da exuberância.»

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