- DN — Lamenta não ter sido julgada no processo dos hemofilicos?
Beleza — Não é não ter sido julgada. Aquilo que eu lamento é que o processo tenha acabado assim, ou seja, que não tenha acabado com uma decisão de fundo. Como foi a decisão do juiz de instrução, que foi não levar ninguém a julgamento. Tenho pena que não tenha sido com uma decisão desse tipo que o processo acabou.
- Extracto da entrevista que não está na edição on-line
Leonor Beleza queixa-se hoje, numa entrevista ao DN, de o processo dos hemofílicos ter acabado por causa da prescrição e de, por isso, não ter conseguido provar a sua inocência. Diz ainda que não se provou que os hemofílicos que morreram contaminados pelo vírus da sida tivessem recebido material contaminado, como constava da acusação.
Leonor Beleza é jurista e foi professora na Faculdade de Direito de Lisboa. Não é uma leiga nestas matérias.
Portanto, sabe perfeitamente que o tribunal no qual corria o seu processo entendeu que não havia prescrição nenhuma e que foi o seu advogado que recorreu para o Tribunal Constitucional, batendo-se a todo o custo pela inconstitucionalidade dessa interpretação e pela prescrição do processo.
Se Leonor Beleza não queria ser absolvida por causa da prescrição, por que baseou a sua defesa nisso e não discutiu a questão de fundo?
É tudo o mais do mesmo. Estes grandees processos, acabam sempre da mesma forma.Arquivados por falta de provas ou por presquição.
ResponderEliminarO povo entende isto,de duas formas, como um jeito dos responsaveis pela justiça aos poderosos, como também, acha que existe muita incompetencia de quem tem a resposabilidade de acusar e julgar.
Há uma desilusão muito grande relativa à justiça no seu todo. Levará decadas a que a situação se altere.Mas, pelo caminho que leva, presume que o fosso será cada vez maior.