sexta-feira, outubro 10, 2008

A cruzada por mares nunca dantes navegados




Já sabíamos que o suplemento Economia do Público é à prova de bala. A realidade, designadamente a económica, é um assunto tabu. No suplemento de hoje, após uma semana conturbada, os temas são todos originais e, sobretudo, interessantes: “Aprenda a segurar o seu emprego”, “Grupo Tata controla derrapagem do Nano”, “Salários: um assunto delicado”, “Escassez de água pode vir a ser a mais grave de todas as crises”, etc., etc.. Quem sabe se uma edição preparada tempestivamente na silly season?

Mas o que me chamou a atenção foi o artigo assinado por Luís Aguiar-Conraria, que pretende alertar-nos para o problema da corrupção — naquela acepção vaga que dá fôlego às conversas de café.

Para ser rigoroso, o artigo não incide sobre a corrupção, mas antes sobre a inexistência de uma “imprensa livre” que combata a corrupção. As casas da “Câmara de Lisboa” são o exemplo que o autor tinha mais à mão para pôr em evidência a compra de “cumplicidades” para amordaçar a imprensa, sendo que, “[e]ntre os envolvidos, encontramos o filho de um ex-Presidente da República, um ex-ministro, um ex-Primeiro-Ministro e um ex-Presidente da República.”

Em todo o caso, o problema que parece ter inspirado Luís Aguiar-Conraria é o seguinte:
    Há duas semanas soube da extensão do problema quando li que o director do jornal PÚBLICO foi ameaçado pelo primeiro-ministro antes de denunciar as peculiaridades que envolviam a licenciatura de José Sócrates. Disse o chefe de governo: "Fiquei com uma boa relação com o seu accionista e vamos ver se isso não se altera." Esta ameaça é temível porque, obviamente, as decisões de um governo valem fortunas e não há empresa que lhes possa escapar.

    Sabemos agora que os mais altos responsáveis políticos pressionam os media de formas indignas de um regime democrático. Se nada acontece quando o primeiro-ministro ameaça o director de um jornal, o que não se passará por esse país fora?
O artigo de opinião saiu na edição de hoje do Público. O colaborador do Público não sabe que essa declaração atribuída a Sócrates resulta de uma interpretação fantasiosa do director do Público, que, entretanto, recuperou a memória e se retractou; o editor do Público desconhece as peripécias que envolvem o seu próprio director e não alerta o colaborador distraído para a ratoeira; a direcção do Público faz-se de morta — e nem a reposição da verdade impede que as insinuações torpes alastrem pelas páginas do jornal de referência.

Quer Luís Aguiar-Conraria uma imprensa mais livre do que esta que o acolhe de braços abertos?

9 comentários :

  1. Perdão?
    De braços abertos?
    Não será mais d epernas abertas?
    Sendo feminina a Imprensa...
    MFerrer

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  2. Qual liberdade de imprensa qual quê! O que o homem quer dizer é que gosta da libertinagem de imprensa que é praticada no pasquim coio das cruzadas, pelos seus gurus JMF e JPP. E depois?

    Liberdade de imprensa... Pfff...

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  3. Roça o ridiculo, além de uma opinião encomendado pelo lambe-botas da sonae.
    São todos uns imbecis começando pelo belmiro e terminando nos seus sequases. Alcapone não fazia melhor.

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  4. É por estas e por outras que eu há muito deixei de omprar ou ler o Público e só voltarei quando JMF de lá sair.

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  5. Não dêem tanto enfoque ao homem, ele, lá está, não para ser jornalista, mas, para ser, a vontade da voz do patrão...ninguem pode levar mal, entendem ou preferem um rabisco?

    Zé Bonè

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  6. Eu queria ter a liberdade de aprovar, ou não, o casamento "gay".

    Um referendo, porque nâo

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  7. Ora aí está! reconhece-se coragem neste post
    Sugiro leitura
    http://avarinhamagicadevalentimloureiro.blogspot.com/

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  8. É do caralho !

    Esta posta de "bosta" remete-nos para a pandemia das coacções exercidas pelos paneleiros sobre os heteros.

    Realmente, nesta situação de sufoco, só mesmo esta "bosta" poderia servir de descompressor !

    É preciso ser muito filho da puta para ter um rasgo de génio deste jaez...

    Foda-se... Vocês são mesmo bons !!!

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  9. Cheesecake - para os apreciadores de jaaz

    http://www.youtube.com/watch?v=ainGwdBlbes

    Zé Bonè

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