segunda-feira, dezembro 08, 2008

“Em qualquer profissão há sempre pessoas que sabem que provavelmente ficarão abaixo da média e por isso preferem não ser avaliados”

• Manuel Caldeira Cabral, Aversão ao risco e alergia à avaliação:
    «A questão da avaliação é apenas uma das questões, mas é ilustrativa dos problemas existentes e da dificuldade de os resolver de forma centralizada. Um email de propaganda que recebi de um indignado professor anónimo é exemplificativo do estado do sistema actual. Descreve o curriculum do colega que o vai avaliar: "fez um bacharelato com média de 10 valores, um estágio com classificação de 11… Nunca exerceu nenhum cargo pedagógico, à excepção de director de turma… Nos últimos sete anos deu 84 faltas, algumas das quais para fazer 15 dias de férias na República Dominicana", afirma. Ouvi a vários outros colegas a mesma revolta face a serem avaliados por pessoas a quem não reconhecem competência.

    Um facto referido no email, o de que o avaliador está quase no topo da carreira, passa sem críticas. É incrível que o actual sistema promova até aos mais elevados escalões pessoas com o curriculum e a atitude descritos. É preocupante que tantos professores manifestem tão pouca confiança nos colegas que os vão avaliar, mesmo se em geral são professores em topo de carreira. Isto mostra que o actual sistema é errado e injusto.

    Sendo assim, porque é que os professores não querem ser avaliados?

    Em qualquer profissão há sempre pessoas que sabem que provavelmente ficarão abaixo da média e por isso preferem não ser avaliados. Há também outras que estando próximas da média e sendo avessas ao risco, se puderem escolher, optam por esquemas de promoção por antiguidade, em vez de alternativas de promoção por mérito. A aversão ao risco pode determinar que mesmo profissionais que estão entre os 20% melhores tenham uma forte tendência a ser contra um processo de avaliação que não dê todas as garantias. Nenhum poderá dar, e por isso é natural que 80% de qualquer classe se una contra a imposição de qualquer processo de avaliação. Mais, mesmo os restantes 20% estarão divididos sobre qual o seu método preferido.»

7 comentários :

  1. Risco existe em todas as profissões, excepto na dos professores, esta é que é a verdade.

    Esta classe nunca gostou de correr riscos, pensa que vive como no passado e que o mundo está parado, o que não é o caso, a exigencia profissional nos dias de hoje é uma realidade e os professores não podem fugir dela, no caso de querem continuar a dar aulas.

    ResponderEliminar
  2. Quem avalia os avaliadores? Com base em quê? E DESDE QUANDO?

    ResponderEliminar
  3. Só os políticos não precisam ser avaliados.
    Desde que sejam bons lacaios - e isso nota-se à légua - já servem.
    O partido - no qual se vota sem se saber bem porquê - garante-lhes o lugar desde que cumpram o seu dever: fazer número.

    ResponderEliminar
  4. "Só os políticos não precisam ser avaliados."
    Frase típica dos que sonham com ditaduras onde os políticos não são avaliados.
    Nas democracias são-no. Nas eleições. Goste-se ou não dos políticos que temos, da democracia que temos, do país que temos há uma linha separadora, uma fronteira bem demarcada, entre as democracias e as ditaduras.
    Chama-se eleições livres e justas.
    E não me venham com as merdas que as eleições em Portugal não são uma coisa ou outra.
    Quem não gosta destes políticos vota noutros, quem não gosta de democracia brama contra as eleições. Ou numa versão mais soft mete "os politicos" todos no mesmo saco, para chegar onde quer, às ditaduras.
    Há políticos bons e outros que são uma merda. Como em todas as profissões. Embora por certos comentários comece a suspeitar que entre os professores são todos excelentes. E quem disser o contrário tem algum problema e irá pagar por isso...

    ResponderEliminar
  5. C'a ganda demagogia.
    Desde quando os políticos sãos escolhidos nas eleições?
    Nas nossas pelo menos.
    Aparecem lá gajos que eu nunca vi mais gordos...

    ResponderEliminar
  6. Ó palerma de anonimo, se não conheces ninguem não votes, mas depois não venhas reclamar.

    Este cavalheiro é como aquele que não paga impostos e depois reclama que o Estado lhe deve dar tudo de borla. Há cada patarata.

    ResponderEliminar
  7. Ó camelo xico ribeiro:
    como és muito estúpido, tipo calhau com olhos, vou-te explicar por termos que até tu percebes.
    Os eleitores votam em partidos não votam em pessoas.
    Logo os deputados não são eleitos.
    Os deputados são escolhidos pelas máquinas partidárias.
    Isto vale tanto para os deputados da Assembleia da República como para os deputados das assembleias regionais como para os membros das assembleias municipais.
    Os mesmo se diga dos membros dos governos, nacionais e regionais.
    A única verdadeira excepção a esta regra, da não eleição directa, é o Presidente da República.
    Mesmo o primeiro ministro pode não ser o presidente do partido em quem os eleitores maioritariamente votam.
    Ou seja, nem eu nem ninguém sabe quem, individualmente, está a eleger com o seu voto.
    Percebeste agora ó imbecil ou queres que te faça um boneco?

    ResponderEliminar