quinta-feira, fevereiro 05, 2009

A televisão de Pavlov

"Adaptar as televisões públicas ao novo século dos media" — título de um artigo de opinião de Francisco Pinto Balsemão na edição do Contraplacado da Rua Viriato [leitura só para assinantes, que a vida está dura e o patrão já começou a fazer uma lista de despedimentos].

O alinhamento de hoje do Jornal da Noite deve ser fresco...


Contributo do João

2 comentários :

  1. Mais uma calunia acerca da Mãe de Socrates.

    O CM sem til, vem dar o dito por não dito, mas não pede desculpa da noticia que é da sua resposabilida.

    No Blasfemias tinha chamado a atenção que a Senhora era reformada da FP, logo, a noticia cheirava a falso e durante dias passou a essa mensagem.

    Fazendo apelo de Sua Excelncia PR e salvaguardar a “Má Imprensa”.A referida Senhora ponha em tribunal o referido jornal, a indminização de 1 milhão de euros, cujo valor será entregue as instituições sociais de acordo com a vontade da indminizada.

    Zé Boné

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  2. O texto é este (eu sou assinante) se lhe apetecer publique-o, mas acho que quem quer que a televisão pública sirva o governo (este ou outro) não vai gostar do mesmo.

    As instituições da União Europeia debatem neste momento uma actualização controversa das regras que regem os apoios estatais às televisões públicas. Controversa, porque os Estados-membros continuam interessados em manter as rédeas do poder nas empresas públicas nacionais de radiodifusão, enquanto o que se procura definir em Bruxelas são os meios necessários para que exista uma concorrência leal e justa no mercado dos media.
    Como presidente do European Publishers Council - EPC (um grupo de editores europeus que representa jornais, revistas e meios online, bem como muitas estações privadas de rádio e televisão), apoio esta iniciativa que interessa não apenas aos media privados mas também aos consumidores europeus e à sociedade em geral.
    Como representantes dos media privados, seria de esperar que apoiássemos esta actualização e que nos queixássemos da concorrência desleal nos nossos mercados. Mas a questão vai muito além da nossa capacidade de crescer e competir nos mercados tradicionais. Vai tão longe quanto a necessidade que a Europa tem de proteger a diversidade dos media, de garantir meios de comunicação social livres e de assegurar o funcionamento de uma sociedade democrática. As sociedades democráticas são suportadas pela diversidade e pelo pluralismo dos media. E um sector de media saudável e diversificado só poderá sobreviver se existir uma concorrência justa e sem distorções.
    Os editores e as televisões que represento contam com esta iniciativa para impedir as emissoras públicas de usarem o erário público para financiar novos serviços de comunicação social que competem frontalmente com os media privados. E que, em nossa opinião, estão totalmente fora do âmbito do serviço público, o qual existe, supostamente, para satisfazer as "necessidades democráticas, sociais e culturais de cada sociedade".
    O actual debate está a decorrer de uma forma antiquada, à semelhança dos anos 90, quando ainda se discutia a questão das TV privadas versus emissoras públicas. Actualmente, são também e sobretudo a imprensa e os media online que estão a ser prejudicados pelas emissoras públicas, uma vez que estas são autorizadas a lançar novos serviços sem serem controladas. As empresas públicas de televisão têm não só migrado para as plataformas da TV por cabo paga e da TV digital, mas também para a Internet e, em muitos casos, para os jornais e revistas online. Fazem-no através do financiamento estatal, competindo frontalmente com os editores e as emissoras privadas e distorcendo a concorrência.

    Oproblema é que, quando se debate a questão das emissoras públicas, emerge geralmente um forte sentido de orgulho nacional e de propriedade. Sempre que este assunto é discutido, os legisladores nacionais, movidos por uma estranha mistura de sentimentalismo e forte sentido de protecção, tendem a defendê-las. Posso compreender esta atitude, dentro de uma perspectiva histórica, se nos lembrarmos do tempo em que a escassez do espectro obrigava a avultados investimentos nas televisões públicas, necessários para garantir o crescimento do mercado. No entanto, esses dias já lá vão e, ao darem carta branca para que as empresas públicas se expandam em novos mercados digitais "comerciais", pagas pelos contribuintes europeus, os legisladores nacionais não estão, com certeza, a ver a dimensão actual do problema. Uma programação de serviço público forte e com qualidade terá ainda o seu lugar, desde que o seu papel seja repensado, garantindo que complementa e não reprime um mercado saudável. Nesse sentido, e só nesse, a revisão das regras é fundamental, tanto para as emissoras comerciais e para os editores como, e principalmente, para o futuro do serviço público de radiodifusão.
    Desde que as regras foram definidas em 2001, as empresas públicas de televisão têm-se deslocado para novas plataformas, tornaram-se muito mais ambiciosas e, como acima expliquei, estão a competir frontalmente com os editores no online.
    É por isso que o EPC vê com agrado uma comunicação clara da Comissão Europeia sobre a aplicação das regras relativas aos apoios estatais. Só desta forma poderemos procurar estabelecer normas de concorrência equitativas e assegurar que o serviço público de radiodifusão seja, de facto, limitado à definição consensual sobre o que um serviço público deverá fornecer, ao contrário de um "vale tudo" financiado pelo Estado e pelos consumidores europeus, em detrimento de todos os outros intervenientes no mercado.
    A Comissão está a propor uma definição mais precisa do serviço público de radiodifusão com um claro enfoque nas suas actividades e na sua programação, de forma a assegurar que o financiamento seja, exclusivamente, para actividades não comerciais que se encaixem nessa nova fórmula.
    Uma comunicação social próspera está no centro das nossas democracias. Hoje em dia, os jornais e as estações comerciais não estão a crescer; pelo contrário, lutam para sobreviver aos desafios da crise económica. Para além disto, o facto de o Estado apoiar os nossos principais concorrentes coloca-nos em desvantagem e torna o nosso futuro ainda mais sombrio. As probabilidades estão contra nós. Um sector de media saudável depende do fair play no mercado.
    A Comissão está a trabalhar arduamente para sustentar esse fair play. Por isso, apelamos aos deputados do Parlamento Europeu e aos ministros em toda a Europa para a apoiarem nesta importante tarefa. Presidente do European Publishers Council e presidente e CEO da Impresa

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