terça-feira, julho 28, 2009

Leituras

• Mário Soares, Obama e o teste das Honduras:
    Manuela Ferreira Leite apanhou gripe, ao que dizem. Pelos vistos, felizmente, não foi a gripe suína, nem a A. Foi uma simples gripe estival, sem consequências, que passa rapidamente. Esperemos. Mas bastante oportuna - diga-se - porque lhe permitiu não se deslocar à Madeira, a Chão de Lagoa, onde o sol, nesta época, é muito intenso, as danças, as bebidas e as confraternizações abundam, onde há geralmente discursos exaltados, o que não faz nada bem a esse tipo de gripe...

    Visto que a Drª Ferreira Leite aceitou ir, no próximo ano, ao ritual de Chão de Lagoa, como foi anunciado no comício, gostaria de saber - como de certo os seus eleitores - o que pensa dessa tão típica confraternização política e do fogoso discurso do seu ilustre correligionário da Madeira.
• Pedro Adão e Silva, Prometer empregos:
    Acontece que o facto de terem sido destruídos 200 mil postos de trabalho não é necessariamente muito grave se forem criados outros tantos. É nisso que consiste a criação líquida de emprego, o total criado menos o total destruído. E o que se passou nos últimos anos é simples: entre o 1º trimestre de 2005 e o trimestre homólogo de 2008, a criação líquida de postos de trabalho foi de 97 mil, mesmo num contexto em que o emprego no sector público diminuiu. O que correspondeu a um aumento da população activa de 111 mil. O problema foi o que se passou após o 3º trimestre de 2008, quando fomos confrontados com as manifestações domésticas do "abalozinho" (para utilizar a memorável definição de Ferreira Leite para a actual crise mundial). A partir de então, o ritmo de destruição de emprego foi tal que deixou de ser compensado pela criação de novos empregos.

    Ainda assim, se olharmos apenas para a criação líquida de emprego de indivíduos com habilitações equivalentes ao secundário e superior, temos uma surpresa. Mesmo face à crise, há hoje um saldo positivo superior a 200 mil postos de trabalho. Ou seja, o país está a perder muitos empregos, mas está a conseguir criar empregos novos mais qualificados. Mesmo no meio da crise, estamos a assistir a alguma modernização do mercado de trabalho.

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