- 'Julgo ser o único que trabalhou com os quatro primeiros-ministros do PPD/PSD, para lá de também ter ocupado o lugar. Sobre essa experiência única publicarei muito brevemente um livro na Dom _Quixote.
Aqueles que têm hoje trinta e tal anos não recordam (ou nem sabem) o que aconteceu nos anos 80, principalmente na primeira metade.
Já nessa altura houve muito combate travado.
Já nessa altura – e até antes, em 1978, com 21 anos – andei a pensar em congressos extraordinários. E, como mais três pessoas sabem, escrevi boa parte da moção que ajudou a trazer Francisco Sá Carneiro de volta à liderança do partido.
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Não acredito no PSD se o partido não levar ‘uma grande volta’. O grande inimigo do PSD tem sido o próprio PSD – ou, pelo menos, algumas partes do todo.
Confesso que estou saturado de ver sempre os mesmos a terem sempre os mesmos comportamentos. E tenho dúvidas de que seja possível tratar do que importa sem serem sempre os mesmos a caciquar, a manipular, a condicionar.
(…) como aqui escrevi há semanas, o PPD/PSD está sem causas. E, pior, está a ir atrás daqueles que há anos tudo fazem para desestabilizar, para corroer, para minar os alicerces da sociedade e do Estado.
Para convocar um Congresso são precisas, pelo menos, 2500 assinaturas. É fácil e vou desencadear esse processo. Penso que tenho essa obrigação, eu que já tanto me envolvi em tantos congressos deste partido de cor laranja.
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Uma pessoa pode sair de um partido. Grandes figuras do PSD já saíram e já voltaram. Eu, se sair, estou seguro de que não voltarei.
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Trinta e três anos de militância, colaborador de Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão, Aníbal Cavaco Silva e José Manuel Durão Barroso, além de ter sido eu próprio presidente do partido, primeiro-ministro e cabeça-de-lista nas primeiras eleições para o Parlamento Europeu, entre muitas outras responsabilidades, obrigam-me a não me deixar tomar pelo desinteresse ou mesmo pela aversão. Neste caso, pode mesmo dizer-se que é por amor e não por interesse.
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Andam quase todos a emperrar, a fazer que andam mas não andam. E quando aparece algum voluntarismo, não se percebe nem porquê nem para quê.
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É difícil o PPD/PSD voltar a suscitar entusiasmo? É! Mas é possível.
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Na cadeira de História da diplomacia – que este semestre, pela primeira vez, lecciono – procuro transmitir aos alunos as constantes opções que se colocam, desde há séculos, a quem decide a política externa portuguesa.
Principalmente na maneira de conjugar o desígnio que o mar representa e os pontos de apoio no continente europeu.
Portugal foi sempre um país cuja independência não parecia natural a outros. Como é que aquele povo teima em ser independente e não faz como outras nações desta península?
Assim tem sido com o PPD/PSD. Os outros sempre o consideraram um partido ‘anómalo’, que quase devia pedir licença para existir...
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Será que o PPD/PSD não consegue ser alternativa a este PS e a José Sócrates? Serão eles muito bons? Ou teremos sido nós muito maus?'
[Santana Lopes na edição do Sol de 18 de Dezembro]
«Confesso que estou saturado de ver sempre os mesmos a terem sempre os mesmos comportamentos. E tenho dúvidas de que seja possível tratar do que importa sem serem sempre os mesmos a caciquar, a manipular, a condicionar.»
ResponderEliminarWHAAAAAAT?
Espelhos em casa: não há?
Se este tipo não existisse, teria de ser inventado. O homem escreve mal, é incoerente, quando fala não acaba as frases, e, contudo tem sempre um palco ao seu dispor.
ResponderEliminarComo é possível darem-lhe tanta importância?