Por definição - e não por opção, como alguns julgam - o Presidente da República é sempre o Presidente de todos os portugueses. Quer isto dizer que, independentemente das suas opções políticas, passadas ou presentes, ele deve representar, na acepção mais generosa da palavra, todos os portugueses. Por actos ou palavras.
Por isso, mesmo quanto um Presidente, com toda a legitimidade (como poderia ser de outro modo?), faz as suas opções, não pode, nunca, por actos, omissões ou palavras, ser exclusivo. Se há figura inclusiva por excelência no sistema constitucional português, ela é a do Presidente da República.
É por isso que os seus discursos, quaisquer discursos, por muito que indiciem opções ou críticas, têm de conter sempre uma certa dose de polissemia congregadora. Ninguém se pode sentir excluído, todos têm de sentir que são, mais que ouvidos, chamados a participar na vida política do país.
O discurso de Cavaco Silva neste início de 2010 cumpre essas funções mínimas, apesar de ser um dos mais clarificadores testemunhos da dissonância de Belém com a governação resultante das eleições legislativas de Setembro.
Mas, ao cumprir os serviços mínimos que a Constituição lhe impõe, Cavaco deixa - tinha de deixar - caminho aberto a várias interpretações, à polissemia interpretativa própria das democracias.
Só não compreende isto quem, no fundo, é um dos maiores praticantes - embora goste de se fazer passar pelo contrário - do chamado pensamento único. São pessoas como estas que transformam o Presidente em líder de facção e lhe retiram a amplitude que a Constituição lhe confere.
Aqui está uma prova da "democracia" na Madeira, dizia a velha"na Madeira nao há asfixia", eis aqui a prova: http://diario.iol.pt/sociedade/padre-igreja-funchal-madeira-tvi24/1113474-4071.html
ResponderEliminar"VELHA"??? O Sr. que idade tem- desde logo falta-lhe idade para ser educado...
ResponderEliminarOlha! até o JPP nos vem explicar o que já havíamos entendido.
ResponderEliminarO Cavaco está com eles, e que lhes faça bom proveito. Devem arrotar depois a uma coisa que eu cá sei....
Isto é o embrião do próximo discurso de José Sócrates?
ResponderEliminarCaros,
ResponderEliminarO cavaquismo que, face à papa e pala da nova "sorte grande" europeia chegou a falar em "novo homem português", mais uma vez veio provar o velho homem português de sempre: aquele alcandorado a nova élite de poder que logo se dedica ao saque do país em prol do enriquecimento próprio, sem a mínima dimensão social ou cultural.
Essa, culturalmente paupérrima, élite cavaquista, saltou do poder para se alapar nos BPN, BPP, BCP e muitas outras administrações privadas ou privatizadas, gordamente beneficiárias de medidas fiscais ou contractuais dos próprios enquanto governantes.
A cobertura filosófico-cultural dessa gente, propagandeada como gestores se alto gabarito empreendedor, de grandes conhecimentos científicos de economia, e únicos competentes e capazes de fazer avançar Portugal (entre eles Cavaco como expoente máximo), foi feita sistemáticamente por, entre muitos outros menores, os intelectuais-mor do cavaquismo Pacheco P. e Vasco G. Moura.
Estes, viram e mediram a tacanhês teórica e intelectual dos recém-chegados ao poder para os "guiar", "ajudar" e "suportar" ideologicamente a manter poderes e que depois retribuissem em agradecimento.
Foi ao que se dedicaram denodadamente durante anos, ocupando cadeirões pela Europa e outros lugares: Pacheco chegou a ter lugar reservado com o fugitivo Durão, e Vasco teria agora, certamente, outra reserva com Manuela. É a visão, cada vez mais hipótese, de estarem longamente arredados dessa mama de anos, que lhes faz crescer o ódio à democracia travestida de ódio pessoal ao PM. Pois é neste que vêem o principal obstáculo ao seus "direitos adquiridos". Assim como as coisas vão, para tais "tutores" culturais do cavaquismo, a democracia já não é tão válida e representativa como antigamente, como bem dá a entender as "palinódias" de Vascos e Pachecos.