quinta-feira, fevereiro 25, 2010

A coerência da líder inventada pelo filósofo da Marmeleira



Há uma qualidade que ninguém, no seu perfeito juízo, pode deixar de reconhecer à Dr.ª Manuela: a coerência. Do primeiro ao último dia da sua liderança, a presidente do PSD nunca desiludiu: sempre que abre a boca, sai asneira — da grossa, não raras vezes.

Tendo voltado a falar para estrangeiros, não disse desta vez que a coisa só lá ia com a suspensão da democracia por seis meses, mas comparou a situação do país à da Grécia.

Repare-se no entanto que as suas famosas gaffes contêm uma boa dose de manha — ao dizer sempre as coisas de forma esquinada. A presidente do PSD diz que sabe que as contas de Portugal não têm nada a ver com as da Grécia, mas, se as agências de rating não entendem assim, não há nada a fazer… É como aquela outra célebre frase da Dr.ª Manuela: “Eu não quero saber se há escutas ou não, eu não quero saber se há retaliações ou não, o que é grave é que as pessoas acham que há”. São as agências de rating, são as pessoas… a líder inventada pelo filósofo da Marmeleira nunca se compromete — apenas aproveita o trabalho de sapa feito por outros.

4 comentários :

  1. E a estória reza assim:

    A administração de uma empresa privada, que tem uma goldenshare estatal, na área dos media entende que poderia ser positivo adquirir uma outra, de forma a ampliar a sua área de acção no seu canal cabo.

    Nesse sentido um determinado administrador enceta algumas negociações com o apoio do seu assessor jurídico, assessor esse que está sob escuta devido a investigações de um processo paralelo.

    A determinada altura um outro membro da Administração fala com o Presidente executivo da empresa que ia ser comprada e vai-lhe dando todos os pormenores do negócio que se está a realizar com algum segredo, aliás a alma do negócio, para que se realize da forma mais eficaz e vantajosa, pois já era a 2ª tentativa.

    Este último sente-se enganado por estar a ser mantido de lado e vê que pode sair prejudicado desta situação, inicia um jogo onde mantém informada a líder da oposição que, em ano de eleições, pode vir a ser a detentora da goldenshare e assegurar-lhe o emprego.

    Esta, pensando na campanha, e embora concorde e até ache lógico o negócio, decide começar a levantar suspeitas de que o Estado pretende interferir na comunicação social, através da aquisição de determinada empresa.

    É aqui o que o primeiro administrador percebe que houve fuga de informação e que o negócio vai correr mal e acaba por ser pressionado pelo estado para informar os contornos do negócio do qual o primeiro ministro teria sido mantido á parte para que se realizasse o dito negócio, pois em ano de eleições e com o tipo de campanha que decorria contra sua pessoa tudo faria para que tal não acontecesse pois iriam dizer que queria controlar os media.

    (continua)

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  2. (continuação)
    O governo acaba por inviabilizar um negócio positivo, porquê?
    Porque um tipo tem medo de perder o emprego e uma Sra. quer fazer política, de forma menos clara, tentando atacar carácter e não ideias.

    Mas não acabou aqui, a Sra. perdeu as eleições mas o 1º ministro não obteve maioria absoluta, neste sentido, e porque efectivamente o combate político não é mantido ao nível das ideias e da praxis, mantém-se o ataque cerrado ao carácter do 1ºministro.

    Como? Através de umas escutas sobre umas supostas conversas entre um suspeito de corrupção e o seu amigo 1º, mas que afinal para além de serem expostas ilegalmente nada diziam acerca (vejam bem se tem lógica?!?) desse atentado ao Estado de Direito que é o acima exposto negócio entre 2 empresas privadas, uma que contém uma rede de emissão por cabo e outra que produz conteúdos televisivos, que não foi levado a cabo!!!!

    Mas não acaba aqui, logo por azar o assessor jurídico está também envolvido nesse processo paralelo e nas suas escutas com o administrador para o qual trabalha fala dos contornos do quê? Do tal negócio que não se realizou entre as duas empresas privadas.

    Verifica-se ainda nessas mesmas escutas que o 1º ministro só toma conhecimento do negócio quando já é público e que ficou irritado por nunca ter sido informado e ser apanhado de surpresa pela teia criada pela líder da oposição para o pôr em causa moralmente.

    Entretanto, pelo meio aparece um tipo que anda chateado com o 1º desde que foi preterido no lugar de Washington, e decide andar a fazer crónicas travestidas de jornalismo e vice versa sempre a bater no 1º a título de vendetta pessoal, isto torna-se de tal forma esquisito e doentio que um dia quer pôr uma crónica de opinião acerca do 1º ministro ter considerado, num jantar privado, que ele era um problema, quando confrontado com a fonte diz que foi um amigo que estava numa mesa ao lado que ouviu, e fica muito indignado quando o Editor do Jornal lhe diz que terá que ser dado direito ao contraditório!!!!

    A seguir vai acrescentando factos á conversa, que foi ouvida pelo amigo de plena confiança (que não diz quem é para proteger a fonte …) ao jeito de novela mexicana.

    Por fim alguma imprensa decide alimentar todo este circo para vender e ou vingar feridas antigas.

    Conclui-se ainda que todos pedem justificações ao 1º quando ele as dá, não acreditam porque ele tem forçosamente de ser culpado!!!!!

    Só espero que esta estória não fique para a História!

    HSerejo

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  3. MFL 24FEV:
    A presidente do PSD considerou hoje que Portugal está "rigorosamente no mesmo caminho" da situação da Grécia em termos económicos e que, se nada for feito, em dois anos poderá ficar em situação idêntica ou pior.

    MFL 25FEV:
    anuela Ferreira Leite disse hoje, em declarações à margem dos trabalhos parlamentares, que nunca disse que Portugal estava no mesmo caminho da Grécia, mas sim que iria pelo mesmo caminho se o Governo nada fizer.

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  4. anda o cavaco a dar lições de economia às agências de rating, "portugal não é a grécia" para depois vir a velha manela e mandar o cavaco às malvas. a velha perdeu todo o respeito ao seu ídolo.

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