quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Na fanzine do grupo Lena

Não tenho em grande conta um tal PPM. Não por ele ter a mania de circular entre as redacções e as sedes partidárias, mas porque nunca se desembaraçou das baias daquela época em que foi adjunto de Paulo Portas no Governo, com o pelouro da Atlântico (blogue e revista) e do Acidental (blogue e “livro”). O jornalismo militante ainda se atura, o raciocínio emperrado ainda vá que não vá, agora que se transporte as obsessões do “submundo da blogosfera” para o jornalismo é que é insuportável.

É aqui que entra o i, aquele outro frete, no caso do grupo Lena, ao PS. É cada vez mais frequente ver este projecto jornalístico, que foi pensado em grande, a subordinar-se a agendas particulares, com a agravante de se debruçar sobre assuntos de vão de escada. Talvez possa estar a sobrestimar o tal PPM, mas há dois temas, nestes últimos dias, que têm as suas impressões digitais: primeiro, o destaque dado àqueles pândegos que se concentraram em São Bento; depois, o tratamento concedido a esse farrapo humano que se chama Carlos Santos.

Apertado no próprio 31 da Armada pela aproximação pornográfica a Carlos Santos, o tal PPM ensaiou hoje uma estratégia de jerico. De código de ética em riste, fala para dentro, para os restantes 30 tripulantes da Armada: “Fico muito satisfeito por o meu jornal, o i, ser o único que não publicou as informações citadas - e não foi por não as ter em seu poder, que isso fique bem claro.” Escreve isto no exacto momento em que o informador Carlos Santos passa a colaborador do jornal — depois de tudo o que saiu nos media ter sido previamente publicado na Regra do Jogo (e de ele próprio reconhecer que havia recebido as fotocópias feitas na Universidade Católica do Porto). E o tal PPM, procurando ser visto a passar a mão pelo pêlo do João Galamba, ainda acrescenta: “Eu próprio contratava-o já - para colunista do jornal onde trabalho, por exemplo, se tivesse esse poder”.

Percebe-se agora por que não posso ter em grande conta esse tal PPM, o que também não tem importância nenhuma?

3 comentários :

  1. Esse ataque desenfreado a Carlos Santos só porque teve a coragem que vos falta de desalinhar de um trem que vai despenhar-se mais cedo ou mais tarde e no qual vós também verão o fim do horizonte rosa é algum tique que vos ficou de um passado cinzento ou é mesmo uma característica dos farrapos pornográficos e jericos que tanto criticam mas que vos assenta tão bem ?
    É incómodo não é ?
    E o risco de a partir de ser conhecida a vossa real identidade terem dezenas de processos crime e cíveis também vos deve não deixar dormir...

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  2. Por causa deste caso e das suspeitas de utilização de meios do Estado para mandar mails, eu interrogo-me se quando Pacheco Pereira twita e bloga da Assembleia, que ligação à net utilizará? A rede interna não pode ser, é um meio do Estado, pago por todos nós.
    Deve ser com o telemóvel. Dele, claro.
    Só pode, né?

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  3. Coragem?
    Sim, suponho que haverá alguma coragem em trair e que impele com uma energia nova a força do acto que o próprio sabe ser censurável.
    A malta está a esfregar as mãos de contente com esse caso do Carlos Santos (aquele que começou a insinuar-se nos comentários pedindo visitas ao seu site, de forma tão profissional e com textos tão longos e tão bem urdidos que bem podia ser um assessor... ele sim). Mas a malta não percebe que isso é espuma. E até uma pessoa respeitável como o AF do 5D já julgou e condenou. Só pode ser por alinhamento ideológico, pois não deve ser por razões ponderosas da vida.

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