sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Se não têm pão que comam brioches




A abstenção do PSD relativamente ao Orçamento do Estado traduziu-se numa derrota clamorosa da linha dura protagonizada por Pacheco e Rangel. Já tinha falado disso, por exemplo aqui. O que não se sabia era o que a ala radical do PSD exigia para aprovar o Orçamento para 2010.

Hoje, ao relatar o que se passou na reunião semanal da bancada parlamentar laranja, o DN dissipa o enigma. Pacheco Pereira entende que o seu partido deveria ter sido mais exigente nas condições exigidas para viabilizar com a abstenção as finanças do País, nomeadamente tendo exigido a meta da redução do défice na ordem dos 5%. Leram bem: os falcões do PSD queriam exigir que a meta da redução do défice fosse na ordem de cinco por cento. Mandaria Pacheco encerrar o SNS? E suspender a actividade das escolas públicas, atirando os professores para o desemprego? Deixaria o filósofo da Marmeleira de pagar as pensões?

Nem a União Europeia, nem a OCDE, nem o FMI se atreveriam alguma vez a ir tão longe. Mas estes desvarios — de quem não tem a mínima ideia do que está a dizer — alimentam uma facção do PSD que diz prosseguir uma “política de verdade”. E ninguém se atreve a confrontar os seus porta-vozes com os efeitos inevitáveis que teriam as suas propostas.

Não fora não poder fazer-se experiências sociais, o país deveria dar um passo atrás e reivindicar em uníssono: Pacheco Pereira a ministro das Finanças, já!

1 comentário :

  1. Já percebi que não viu a quadratura do circulo...
    Após muita insistencia o Pacheco lá balbuciiu qq coisa que me pareceu "redução de salários" e "não pagar 13º mes".
    Pareceu-me....

    miguel

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