segunda-feira, agosto 02, 2010

Leituras

• Óscar Mascarenhas, Vinte e sete gotas de peçonha:
    Os jornalistas e os juristas sabem que no perguntar vai meia resposta. Faça-se agora a equação: se na pergunta vai meia resposta e se não houver sequer resposta, o que é que fica? Apenas a insinuação. É a outra forma de instilar peçonha.

    Imaginem que os jornalistas, que trabalham com rígidas horas de fecho de edição, terminassem as reportagens informando o público não terem tido tempo de formular certas perguntas ao visado na história, pelo que se limitavam a apresentá-las para conhecimento público. "Por ora", já agora… Que bela escola de jornalismo de intriga, insinuação e difamação não nasceria!

    Tal escola nasceu já no nosso mundo judiciário. (Nosso, vírgula, que se fosse nosso eu rifava a minha quota, apre!) A vítima inaugural foi José Sócrates: havia 27 perguntas que lhe queriam fazer, mas como não tiveram tempo, aí seguem elas por via mediática.

5 comentários :

  1. Não me revejo neste País... mas anda tudo louco? Será que as pessoas perderam a noção de senso comum e de dignidade?

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  2. Infelizmente, e ao contrario do que alegadamente pensa/escreve Oscar Mascarenhas, o jornalismo de intriga e insinuação TAMBÉM já existe.

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  3. O que acham desta explicação? Os procuradores quereriam interrogar Sócrates, com aquelas perguntas. Cândida Almeida opôs-se, alegando que nada acrescentavam ao processo e que implicariam a constituição de arguido do PM, que seria claramente abusiva perante a inexistência de qualquer prova com que confrontá-lo. Possivelmente discutiram, bastante, e o compromisso final foi o de que o PM não era interrogado, mas as perguntas seriam chapadas no despacho: os procuradores, para tramar J.Sócrates, a directora do DCIAP para o público perceber a irrelevância das perguntas. Faltou aqui nitidamente alguém superior que pudesse intervir ex ante para medir as consequências de todo este conflito, espelhado no despacho.

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  4. Agradeço o destaque dado, Ana Paula.
    Um abraço também para si

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