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Verdadeiro documento para dummies, o "ABC da Revisão Constitucional do PSD", agora divulgado pela São Caetano, procura garantir ao mundo que os seus autores se levam, afinal, a sério.
Na discussão sobre o financiamento dos serviços prestados pelo Estado, perguntam: «se não devemos cobrar mais impostos, o que temos de fazer?». A resposta é simples: introduzir um sistema de co-pagamento (embora, claro, esta expressão não apareça no documento)…
Ou seja: a alternativa a fazer as pessoas pagar mais – via, alegadamente, impostos mais altos – é…fazê-las pagar mais ( !), mas via pagamento parcial dos serviços prestados.
A opção política é legítima – não tocasse o cúmulo da desonestidade intelectual e política:
“Mas se existe uma faixa da população que pode pagar serviços que, à data de hoje, obtém gratuitamente porque, não deve o Estado cobrar? Assim, financia-se o SNS (cuja despesa, este ano, subiu 10%) e o Ensino gratuito de forma mais justa: quem pode pagar paga e quem não pode, paga o Estado, com as transferências dos que têm mais rendimentos.”
O PSD anda a vender esta ideia há algum tempo, mas alguém devia avisar os grandes ideólogos responsáveis por esta proposta que o país não anda a dormir: o nosso sistema fiscal, dada a sua progressividade e pelo facto de isentar cerca de 3 milhões de agregados familiares do pagamento do IRS, já garante que quem tem mais rendimentos mais contribui. Por outras palavras, o financiamento do sistema já é redistributivo.
Há diferenças entre um sistema de financiamento dos serviços via impostos e outro que o garanta via pagamento da factura no guichet? Claro que há, mas o PSD omite-as. Vale a pena identificar as mais óbvias:
1) Perante o médico ou o professor, todos os cidadãos são iguais: o seu poder de compra é – deve ser - uma variável irrelevante, que deixa, naturalmente, de o ser se a capacidade de pagamento passar a determinar de forma directa e visível a qualidade do serviço prestado.
A mensagem política do pagamento via imposto assenta nas ideias de igualdade e de cidadania, e não na de assistencialismo (que é precisamente a base da formulação "nenhum português pode deixar de ter acesso à Saúde e à Educação por insuficiência de meios económicos").
2) É óbvio que se as pessoas que mais pagam via imposto passarem a pagar mais pelo serviço no guichet, vão achar que, para citar Passos Coelho, lhe estão a "ir aos bolsos".
A proposta do PSD é uma forma hipócrita e escondida de estimular uma "revolta fiscal" dos cidadãos com mais rendimentos.
3) A proposta do PSD não garante redução nenhuma de despesa pública com educação ou saúde. Pergunta-se: "Por que têm os mais desfavorecidos de sofrer em intermináveis listas de espera por uma cirurgia, quando podiam recorrer a serviços privados, assegurando o Estado o pagamento dessa cirurgia". Olha que bom: colocar o Estado a financiar privados é uma excelente forma de, oferecendo-lhes um mercado cativo e sem qualquer risco associado – mas não está o PSD preocupado com o excessivo investimento privado em sectores não-transaccionáveis? Por coerência, não devia o PSD estar interessado em desincentivar este tipo de investimentos, que em nada resolvem o nosso problema do endividamento externo? -, aumentar a despesa do Estado, e não diminuí-la (ver o que se escreveu aqui).
O PSD está menos preocupado em reduzir a despesa pública do que saber em que bolsos o dinheiro vai cair.
- Contributo do Pedro T.
Os pulhas preparam um assalto as nossas BOLSAS para encher os COFRES de alguns?
ResponderEliminarEsta gente não tem HONRA NEM VERGONHA, como autenticos garimpeiros,nos querem SUGAR até á medula.
As facções que hoje dominam esse "partido" movem-se como entozoários que infestam tudo por onde passam.Livremo-nos desses parasitas que querem transformar os portugueses numa colonia instestinal.
Vou já me purgar............mesmo com diarreia....vale a pena.