quarta-feira, setembro 08, 2010

O financiamento do ensino superior


O Jornal de Negócios achou por bem seleccionar o facto de Portugal ser “o país da Zona Euro em que as famílias mais desembolsam para financiar o Ensino Superior. O peso do financiamento privado neste grau de ensino atingiu, em 2007, os 30%”. A justificação fornecida por Andreas Schleicher, responsável na OCDE por acompanhar Portugal em temas de educação, é, para regalo de muitos, de cariz economicista: "quando não há outras hipóteses de conseguir financiamento..."

Ora, esta ênfase é injusta: o que está em causa nesta discussão é precisamente a dimensão da justiça associada ao financiamento. Como o relatório da OCDE também mostra (ver o quadro tirado da página 140 da versão inglesa), Portugal é o país da OCDE — e não apenas da zona Euro — onde o retorno privado de uma licenciatura ao longo da vida é mais elevado por relação ao ensino secundário. O quadro mostra que esse prémio é superior a 200 mil dólares no caso das mulheres, mas no texto lê-se que “[m]ales in Hungary, Italy, Portugal and the United Kingdom can expect to earn an additional USD 400 000 over their working life compared to an individual with upper secondary and post-secondary non-tertiary education” (pág.140).

Por isto mesmo, é justo que os jovens (e as suas famílias) contribuam de forma significativa para a sua formação superior, porque o retorno privado é elevadíssimo.

7 comentários :

  1. E o retorno privado de ter a 4ª classe??? Ui... E de ser operado ao apêndice??? Esta, então, nem falar.

    É por isso que é justo que seja cada um de nós a pagar isto tudo. E assim escusamos de andar a pagar impostos para sustentar pançudos que vivem à conta de uma falsa ideia de estado social.

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  2. SE um estudante fica por 5000 ano, ao Estado, os pais pagam 1ooo Euros ano de propinas, refeições por 2 euros, muitos com residencia de borla para viver, outros não pagam um tostão por causa das bolsas a que têm direito.Sabem que mais, pelos vistos é pouco, o dinheiro das propinas tendo em conta, os anos que essa malta anda a mais para tirar o curso, e é só facilitismo... imaginem se não fosse, neste caso os netos iam ver o avô a receber o canudo,pois os filhos já la vão.. Estudem, saiam rápido para não delapidarem os nossos impostos e também para dar lugar a quem quer efectivamente estudar.

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  3. O retorno privado de tratar uma apendicite..
    Será também interessante pensar no retorno que retiram aqueles que estão desempregados - que estatisticamente nunca vão ter o retorno económico do investimento em ensino superior que fizeram.
    E a parte da desigualdade (tal como na estória das deduções nos impostos..) - quem não tem dinheiro para por à frente que se amanhe - propinas de 80eur/mês e rendas de alojamento de 200eur/mês são um abuso como não há igual na Europa - mas a igualdade de oportunidades que se amanhe.

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  4. Eu até concordo com o seu argumento, o problema é mesmo que em Portugal cada vez se paga mais pelos serviços (publicos), neste caso e noutros a meu ver bem, e ao mesmo tempo também aumentam os impostos...
    Fica a dúvida, para que servem os impostos??
    São com certeza muitos boys para alimentar...

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  5. «Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é burro ou não tem arte».
    Esta é máxima principal do jornalismo cor-de-laranja, só com uma pequena variação: é que para eles a 'melhor parte' significa a maneira de dar uma notícia da forma mais prejudicial contra o Governo.
    Qualquer pessoa que passe a vida a arranjar maneira de dizer mal de tudo e de todos é um ranhoso e um cobarde.

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  6. Eu tenho problemas com os bois, o Cristiano tem uma obsessão com os boys. Por muito que legalmente eles recebam,( boys,é tudo que milita nos partidos) há-de demorar MAIS meio SÉCULO para recuperarmos o desvio dos Boys no BPN e BPP. Antes de escrever conte até 10. A Nereida, mexeu com os seus neurónios...

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  7. O argumento mais ridículo que eu li nos últimos tempos. O país das desigualdades e ainda querem perpétuar mais essas desigualdades.

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