quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Perguntem a Horta Osório: criar um, dois, três, mil Ptifs e Tafs




“Perguntem a Horta Osório”, aconselhou Cavaco Silva no debate com Manuel Alegre a propósito de como melhorar a gestão do célebre BPN. A resposta chegou um pouco atrasada, mas já é conhecida. O Público descreve o modelo de gestão que encantou o então candidato Cavaco Silva, do qual se reproduz um extracto:
    A documentação existente indica que os 350 milhões de dólares, Ptif (150 milhões de dólares) e Taf (200 milhões), foram colocados no início da década passada pela administração de Horta Osório numa conta da sucursal do Luxemburgo, onde a taxa de IRC é reduzida, e que a sua movimentação foi feita como se pertencesse a um cliente normal. Nos anos seguintes, a verba seria triangulada entre praças financeiras, respeitando as datas de vencimento dos pagamentos acordados com os titulares das duas sociedades. A casa-mãe emprestava os 350 milhões de dólares à sucursal luxemburguesa, a uma determinada taxa de juro, e, esta, por sua vez, aplicava-os junto da sede (tipo depósito a prazo), através da sala de mercados de Lisboa, à mesma taxa, acrescida de um spread (que dava à sucursal a margem de lucro e à sede um custo adicional). Depois, a sucursal do grão-ducado transferiria os juros vencidos para a de Londres, que por sua vez os encaminhava para a conta as Caimão [onde não há tributação de lucros].

    Numa altura em que as taxas de juros em dólares, em termos de mercado, rondavam entra um e dois por cento, a tomada de fundos decorria a taxas muito superiores, entre sete e oito por cento: mais 500 ou 600 por cento do que as taxas normais de mercado.

    Lucros e prejuízos

    No final da triangulação onde eram registados os lucros e os prejuízos? A sucursal luxemburguesa obtinha um ganho que era o resultado do diferencial entre a taxa de juro que pagava à casa-mãe e a que recebia da sede. O impacto na sucursal de Londres era neutro, pois limitava-se a contabilizar os juros enviados pelo grão-ducado e a transferi-los para a conta das Caimão. Esta surgia como a grande beneficiária, pois recebia os juros livres de impostos (rendimento líquido). Pelo contrário, o Santander Totta, em Lisboa, assumia o custo resultante dos juros pagos à sucursal do Luxemburgo, acrescidos do spread, o que penalizava os seus proveitos anuais, e reduzia a matéria colectável a entregar ao fisco português.

    Em síntese: o Santander Totta aumentava os custos em Portugal, pois as taxas de juro estavam desajustadas face ao mercado, e obtinha proveitos mais elevados nas ilhas Caimão, livres de taxas.

10 comentários :

  1. O que devemos chamar a todos eles? Eu respondo: cambada de ladrões e vigaristas.

    Perguntar ao cavaco o porquê disto, é uma obrigação dos jornaleiros...mas os rapazes não tem colhões e vendem-se por meia duzia de lentilhas.

    Toda estes vigaristas tem ligação ao PSD, partido transformado numa central MAFIOSA que existe para encher os bolsos dos amigos e correligionarios.

    Eu fico espantado é como muito Zé ainda vai acreditando nestes assaltantes de estrada. Pobre povo.

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  2. Temos que admitir que, para CEO da Lloyds devia ir o Oliveira e Costa, pois fazia mais rentável com muito menos trabalho! Segundo a notícia, o Horta e Costa e o Santander conseguiam subtrair ao fisco o equivalente a uns jurozecos (de um capital bem importante, é certo...). Ok, o esquema estava bem montado.
    Ora o Oliveira e Costa e o seu BPN conseguiam colocar nas mãos de um amigo 150.000 euros, equivalentes a 150% do capital movimentado, e isso com duas simples operações, uma de venda e outra de compra da mesma coisa: sem triangulações, sem caimões e sem outras complicações...

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  3. Os jornaleiros andam é preocupados com sucatas.

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  4. Nessa altura a Dr.ª Manuela era Administradora não Executiva do dito Banco.
    Certamente não se apercebeu de nada, como o amigo não percebeu que estava a ser beneficiado pelo Oliveira e Costa.
    Mas que era uma boa pergunta para fazer à Dr.ª Manuela, isso era!!!
    Pode ser que algum jornalista pegue na dica e deixe de ser suave! Será?

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  5. Cavaco não tem condições morais para ser Presidente.

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  6. Pois é, o Doutor Cavaco tem efectivamente um problema com banqueiros e "pessoal de topo" da banca. Diria sempre que se mete com (sua) gente da banca ou fala deles só dá tiros nos pés! Não bastava os Costa, os Loureiros e os Sanches, agora há tb o caso do banqueiro que deu como referencia para salvar o BPN*


    *Recordo que é a mesma pessoa que arranjou um lugar no banco para a Drª Manuela ganhar mais uns trocos.

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  7. Em suma,é o pântano do PSD.A Imprensa é muito suavezinha com estes chico-espertos.Quem está no topo,quem é?

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  8. Sim, os esquemas. Os mesmos da Parpública, da Bragaparques, do Godinho, do Tagus Park... ou estes esquemas são benignos?

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  9. O pântano é tão grande que quando falo na Parpública, Bragaparques, Godinho e companhia, o meu comentário não passa...

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  10. Um mea culpa, porque afinal o comentário passou.

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