Na VISÃO, Leite Campos garante que o PSD "já há meses que tem um programa completo para a área económica e financeira". Há meses! E acrescenta: "não podemos é apresentar 600 páginas ao país, mas sim uma versão com 100 a 200 páginas, pelo que a demora, agora, prende-se com a redacção do documento final e a selecção das ideias mais fortes" (ficamos a saber, portanto, que o programa do PSD - só a parte económica e financeira - terá entre 100 a 200 páginas e que Catroga & Moedas, afinal, apenas estão a fazer cortes no texto e acertos de linguagem).
E quais são essas ideias mais fortes? Leite Campos oferece-nos uma antevisão:
"A racionalização do Estado não implica cortar nem no número de funcionários nem no seu salário", até porque "reorganizar a Administração Pública pelos despedimentos é o mais fácil, mas também curto de vistas, mortal e sangrento. A médio prazo, vão-se contratar outros mais caros e ineficientes - muitos em outsourcing - do que aqueles que se despediram". Registo, sobretudo os adjectivos (curto de vistas, mortal e sangrento), para memória futura.
A aposta laranja, diz-nos o Vice-Presidente do PSD, assenta num crescimento da economia "a 3% ou 4% ao ano". Pois, só não diz é como. Assim também eu...
"Não haverá qualquer aumento de impostos" e haverá "benefícios fiscais" para empresas que contratem pessoas e famílias com mais filhos. Portanto, doravante os desempregados passarão a incluir nos seus CVs quantos filhos têm.
Quanto às empresas públicas de transportes, não haverá privatizações, pelo menos no imediato. "Se fôssemos privatizar agora, com o passivo acumulado que têm, nem por tuta e meia as vendíamos. Ainda teríamos de pôr dinheiro por cima para alguém as comprar".
E na saúde? Leite Campos diz que "não passa pela cabeça de ninguém privatizar Santa Maria, São José, os Capuchos ou os Hospitais Universitários de Coimbra. Isso é impensável". Será que podemos inferir daqui, a contrario, que os outros hospitais - aqueles que Leite de Campos não frequenta ou não conhece - poderão ser privatizados?
E continua Leite Campos: "Não haverá nenhuma restrição ou aumento de custos pelo acesso ao Serviço Nacional de Saúde". Só é curioso que o líder do seu partido, Pedro Passos Coelho, já tenha dito - e escrito - por diversas vezes exactamente o contrário, anunciando a futura introdução de co-pagamentos pela prestação de cuidados de saúde no SNS.
Mas Leite de Campos imediatamente acrescenta: "certos cuidados de saúde que exijam tratamentos muito especializados e um investimento pouco produtivo poderão ser contratualizados com privados". Só umas perguntinhas:
- •o que é, em saúde, um investimento produtivo / pouco produtivo?
• se o investimento é pouco produtivo, que interesse terão os privados em executá-lo (a menos que sejam pagos a peso de ouro para o efeito)?
• e o que é que se poupa entregando a privados (em contrapartida de chorudas transferências do OE, está-se mesmo a ver) investimentos pouco produtivos?
• sendo o investimento pouco produtivo no SNS, que tem muitos utentes e potenciais utilizadores, não o será ainda menos no sector privado, cuja procura é menor?
Enfim, este Senhor não pára de nos surpreender...
- Paulo F.
Duas análises de comunicação. LPM e RC
ResponderEliminarhttp://lpm.blogs.sapo.pt/800215.html
http://itsprstupid.blogspot.com/2011/04/sondagem-perigosa.html
Com 600 páginas o país engasga-se.
ResponderEliminarDeixem-no falar à vontade, pois quanto mais falar mais se enterram em contradições.
ResponderEliminarcada vez que sai uma sondagem ficam assim, acho que ainda vão prometer uns tgv(s) e aroportos com e sem ponte até às eleições.
ResponderEliminarNão me podem apresentar 600 páginas? Este senhor acabou de me chamar burro, ou outra coisa do género? A mim e a qualquer outro votante.
ResponderEliminarEste PSD ou vem com a história que o programa de governo cabe numa página (como nas ultimas legislativas) ou vem dizer que que só de economia são 600...
E alguém me explica porque é que pago um ordenado ao PR para estar no Facebook a jogar farmville?
capucho declara-se superior a nobre, em parvoíve e pedantismo, motivo porque não aceitou ser numero dois.
ResponderEliminarhttp://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=480543
ResponderEliminarA respeito deste senhor e das suas parlapatices podemos empregar a frase de Marques Mendes: "cada cavadela, cada minhoca". Aqui sim, bem a propósito.
ResponderEliminarMerryl.
Este senhor é um idiota.
ResponderEliminarSerá que este homem até pensa bem, mas depois, quando começa a falar, a discorrer, bate com as palavras na prótese dentária e parece tótó?
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