Num país em que o Presidente da República é economista

«Buracos» BPN e Madeira sugam 600 M€ da receita extra
O representante da Comissão Europeia, Juergen Kroeger, afirmou hoje que o Governo vai recorrer a quase 600 milhões de euros de receitas extraordinárias para cobrir novos buracos com o BPN e Madeira.

Na conferência de imprensa destinada a fazer a primeira avaliação do programa da 'troika' pelo atual Executivo, Juergen Kroeger referiu que deste «buraco» adicional 320 milhões de euros dizem respeito ao BPN, e trata-se de um valor líquido, onde já inclui uma receita de transferência de fundos de pensões para a Segurança Social.

O restante provém de um buraco de 277 milhões de euros proveniente das contas da Região Autónoma da Madeira, que o representante da Comissão Europeia não explicou do que se tratava.

Diário Digital / Lusa

Há um país em que o Presidente da República é economista. Professor de Finanças, gosta de recordar e não se coibiu de utilizar como bandeira eleitoral da sua reeleição o facto de ser um conhecedor dos meandros da economia e dos mercados saberem que ele era uma garantia de estabilidade. Pois! Bom, a verdade é que o Presidente da República desse país sempre mostrou preocupação com as finanças públicas e teve várias intervenções a apelar para que houvesse as condições para alguma consolidação orçamental. Tudo muito coerente, portanto.

Acontece que nesse país há um arquipélago das bananas e de onde menos se espera vem uma dificuldade. Ora não é que, com a má conduta dessa região, vêm os sábios do continente (os cubanos dos novos tempos, dirão alguns!) afirmar que a derrapagem nas contas se deve a um banco laranja e a um arquipélago banana? É muita fruta.

Sobre o resto já falámos mas é triste de saber que o Sr. Presidente daquele país até interrompeu as férias e fez uma declaração solene sobre um arquipélago e não deixou de o zurzir pelos supostos direitos de autonomia e agora vai-se a ver e é o outro arquipélago que é o irresponsável e que deixa todo o país mal na fita. Não há memória de uma advertência que seja sobre as possíveis cascas de banana e agora estatela-se ao comprido. O que não dirá a História desse presidente...