A solução política que a direita não tem nem quer ter

Hemisfério fraco outro forte
Meio-dia não sejas triste
A bússula não sei se existe
...
(GNR)

Cinco notas breves sobre o vandalismo que assolou Londres:

1. A ministra da Administração Interna já deve estar a arrumar o gabinete.

2. Um PM que actua como porta voz oficioso da polícia, em conferências de imprensa no meio da rua, não dá sinais nem de autoridade nem de controlo da situação; dá, isso sim, sinais de que está aflito e com medo.

3. A reacção tardia, descoordenada e fraca da polícia foi o catalizador mais poderoso que se podia ter arranjado para o comportamento violento daquelas hordas – que, claramente, aumentaram a fúria destrutiva mal farejaram o medo e a impotência do adversário.

4. A história das redes sociais é uma desculpa mal amanhada para esconder a falta de comando policial e de liderança política.

5. A direita blogosférica, que inspira quem nos governa, está atarantada e assustada. Os ‘mercados’ e a ‘ordem’, que sempre foram os temas em que se julgou especialista e intérprete autorizada, não param de pregar partidas. (Bem, nunca é tarde para aprender que a realidade é mais complexa do que a vulgata ideológica neoliberal lhes ensinou...).

6. Claro que a violência se combate com repressão. Mas tal como as guerras exigem uma solução política que dê sentido e perenidade à solução militar, também a violência urbana exige uma solução política – e é, justamente, essa solução política o que a direita não tem, nem quer ter.

Afonso