segunda-feira, setembro 12, 2011

A “despolitização” do Estado (ou a reconstrução do velho Estado laranja)


Hoje no Jornal de Negócios


O Governo apresenta um projecto de estatuto do pessoal dirigente do Estado. São criadas duas comissões: uma comissão faz o concurso de selecção dos candidatos, a outra vigia a primeira. Concluído o concurso, o ministro da tutela escolhe um dos três candidatos seleccionados ou, se não for com a cara de nenhum deles, faz ele próprio a escolha do dirigente do serviço.

Perante a gargalhada geral, o Governo recua. O ministro das Finanças emite mesmo um comunicado a informar de que foi feita uma alteração ao projecto de estatuto do pessoal dirigente do Estado, ficando assim inviabilizada a possibilidade de os ministros recusarem os três candidatos seleccionados.

Sabe-se agora que, na proposta de lei aprovada em Conselho de Ministros, foi feita uma nova alteração, que permita aos ministros fazerem uma última entrevista aos candidatos. Se a moda pega, os ministros transformam-se em homens (e mulheres) sem sono.

5 comentários :

  1. Excelente.

    Não conheço a proposta de lei, mas tudo leva a crer que o Ministro que entrevista e escolhe, simultaneamente homologa.

    Ora aí está a emergência do princípio da transparência!

    Aconselho-os a deitarem o CPA para o caixote do lixo ou então ponham o Gonçalves a queimá-lo em auto de fé no topo do Parque Eduardo VII...

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  2. James:

    Os candidatos preteridos podem reclamar para o cardeal patriarca.

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  3. Lol. Sempre inovador Senhor Professor...

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Pensarão eles que somos todos destituídos de cérebro , sem capacidade para perceber que isto é só milho para enganar pardais?

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