quinta-feira, outubro 06, 2011
Parto difícil
O ministro das Finanças foi adiando a data-limite de entrega das propostas de orçamento dos serviços do Estado. Isso era a prova das dificuldades sentidas pelos serviços para meter o Rossio na rua da Betesga ou, dito de outra forma, para acomodar as propostas de orçamento nos pouco realistas plafonds impostos.
Foi possível ir acompanhando (aqui e aqui) a atabalhoada entrega das propostas de orçamento até ao dia em que o Ministério das Finanças, ultrapassado o último prazo fixado, decidiu que transparência a mais complica a governação: o sítio da Direcção Geral do Orçamento entrou em coma profundo e ninguém o conseguiu reanimar.
Assim sendo, a notícia hoje conhecida de que o Governo não consegue aprovar em Conselho de Ministros o Orçamento do Estado para 2012, falhando a meta que o próprio governo fixou em 7 de Julho, não é propriamente uma surpresa. É o sinal de que Vítor Gaspar está a pôr os pés no mundo real. E é muito provável que, desta feita, ele não peça desculpa pelo atraso, ao contrário do que fez quando chegou atrasado um minuto à sua primeira conferência de imprensa.
O que muito me diverte nesta gente que por aí anda metida a importante e a governo, a olhar o povo pagador do alto das janelas dos palácios para onde o povo os mandou e que todos os dias paga do seu bolso esperando que eles façam aquilo que afinal nem sequer sabem fazer, é verificar o grau de incúria, de facilitismo e de falta de estudo de TODAS as disciplinas que esta mesma gente todos os dias manifesta.
ResponderEliminarEntretanto, a notícia mais sensível - "governo falha aprovação antecipada do OE" - já foi rapidamente retirada de destaque e substituída por outra do editor Francisco Teixeira - "governo aprova orçamento na 2ª feira", com subtítulo muito bem explicadinho. Uma pessoa já não pode distrair-se um segundo que a redacção começa a escrever o que lhe dá na gana...
ResponderEliminarA preocupação que vocês têm com o acessório realmente é de louvar. Recordo que no tempo do governo do sr pinto de sousa nenhum orçamento chegou a horas à AR e que se saiba ainda não foi o caso do actual.
ResponderEliminarTenham calma que na data prevista será entregue e sem atrasos e falhas nos números (hábitos dos anteriores governos socráticos de má memória para Portugal).
Ai , e a asfixia democrática era com o outro...Com estes será o quê? Plena ditadura? É que se não é já pouco falta...
ResponderEliminarAinda bem que alguns "especialistas" que chegaram agora ao Governo( embora em pleno horário de trabalho 03:58PM)) , têm a amabilidade de nos fornecer informações fidedignas sobre "as datas previstas... sem atrasos e falhas..." Pela minha parte :'most grateful'. Só desejo acrescentar que me surpreende ,um bocadinho só, que considerem a aprovação do OE pelo Conselho de Ministros, um "acessório".
ResponderEliminarEste palerma do Manuel Melo é agit-pro de meia-tigela.
ResponderEliminarÉ bom não lhe censurar os comentários, como vem acontecendo, para ele perceber o que de facto é a "asfixia democrática".
Sem falhas nos numeros diz ele...bom, lá fé não lhe falta. Infelizmente não é com a fé que se contra argumenta nem que se tem razão. Quanto á censura, se calhar este pateta do Manuel Melo até aprova, escusa de se expôr ao ridiculo e sempre têm mais um fait divers para colocar ás costas do Socrates .
ResponderEliminarEste governo só faz asneira, então não consegue a aprovação antecipada do orçamento? Noutros tempo é que era, essas coisas de se falar em antecipação não existiam, logo não se podia falhar, e por outro lado a entrega do orçamento de estado na AR e apresentação à CS só eram atrasada em algumas longas horas. Mas nesse tempo não havia problema, porque o sr engº tinha muito trabalho.
ResponderEliminarOlha, das 3,58 para as 12,26 o Manuel de Melo virou anónimo
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