- ‘O papel estratégico do Estado precisa de ser repensado. É uma evidência que salta aos olhos de qualquer um – por força do défice de sustentabilidade financeira, por alterações profundas do contexto para o qual foram pensadas muitas das políticas públicas e, não menos importante, por existirem demasiados casos de péssima gestão, nomeadamente no sector empresarial do Estado. Mas uma coisa é contrariar o imobilismo dos que fingem que tudo vai bem, outra, bem diferente, é aproveitar o actual contexto para inviabilizar a reabilitação do Estado. Infelizmente, são demasiados os exemplos em que se evita repensar as funções do Estado, optando por deslegitimar a sua ação, fazendo com que ele não aja de boa-fé. É um caminho soez para concretizar o projecto ideológico de um Estado mínimo. Há muitos exemplos deste tipo de atuação.
(…)
Podemos pensar que estes exemplos não passam de casos de incompetência, incúria legislativa ou apenas dislates causados pela cegueira política. No entanto, é possível que assim não seja. O mais provável é estarmos perante passos de uma estratégia mais ambiciosa e que visa afundar o Estado, inviabilizando a sua reforma.’
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