quarta-feira, novembro 16, 2011

António Ferro à moda do Relvas

• Rui Tavares, O Secretariado de Propaganda Nacional [hoje no Público]:
    ‘Por onde começar? O líder do grupo de trabalho sobre a RTP, João Duque, defende que os portugueses tenham o mínimo de informação possível sobre o que se passa no mundo, e que o mundo tenha informação falsificada e pouco credível sobre o que se passa em Portugal.

    É isto, não é? Em declarações que fez ontem, João Duque disse: "Internamente, não vemos necessidade de a televisão de serviço público estar a fazer concorrência e a ter um tipo de atitude que tem a mesma lógica da actividade privada". Nesse pressuposto defendeu o fim dos debates políticos e resumir a informação ao mínimo essencial no canal de serviço público que restar, porque "há sempre subjetividade sobre o que é uma notícia seca, objetiva" e "o que se pretende é minimizar essa subjetividade."

    Ora, se o serviço público deixar de concorrer com o privado na informação, é natural que o contrário também aconteça, e que o privado deixe de investir, por exemplo, em jornalismo internacional e de investigação, que é caro. Se o consumidor não pode mudar de canal para onde a fasquia é mais alta, simplesmente deixa de ser necessário fazer um esforço para atingir qualquer fasquia.

    (E não deixa de ser invulgar a proposta de João Duque para acabar com a subjetividade. Como não é possível emitir informação sem subjetividade, é melhor deixar de se emitir informação. Que filósofo! Em última análise, como também é impossível a João Duque emitir opinião sem subjetividade...)

    Mas esperem, há melhor! Se para os portugueses João Duque recomenda a ignorância, para os estrangeiros tem uma receita simples: que os enganemos.

    "A promoção de Portugal através da imagem ou do som deve ser enquadrada numa visão de política externa e portanto quase que sob a orientação ou em contrato de programa com o Ministério dos Negócios Estrangeiros". A informação deve ser "filtrada" e "trabalhada" e este objetivo "não deve ser questionado", defendeu João Duque, terminando com um apropriado "a bem da Nação!" (…)’

9 comentários :

  1. A ideia de limitar a informação nos meios públicos “ao essencial”, para evitar “a intervenção ilegítima ou eticamente reprovável dos diferentes poderes na informação da rádio, TV e agência do Estado”, é absurda. Significa um atestado de incompetência às direcções editoriais dos meios de comunicação públicos e prenuncia o fim do serviço público de informação. Basicamente é isto: se um meio de comunicação estatal só difunde as inócuas notícias de agência limitadas o mínimo, deixa de ter razões para existir. Donde, é o fim do serviço público de informação.

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  2. O João Duque é um fascista (até hoje odiei a "ofensa"; mas confesso que este homem me fez rever a minha atitude. Temo que fique à solta... sem as obrigações democráticas.) Que MEEEDO!...

    Ontem na TSF levou uma sova, coitado! Coitado é uma força de expressão, pois do que precisa é de levar muitas para perder a grimpa. Grimpa esta é de todo imprópria.

    Cada vez que o oiço só me lembro da célebre Maria Antonieta...

    Anónima

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  3. Isto cheira-me a antigamente...
    Lá teremos que voltar a ouvir informações sobre Portugal a partir de "fontes estrangeiras..." Inconcebível!

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  4. Esta prosa só pode ser da lavra de joão Duque.O que chamar a quem quer limitar o pluralismo na informação, ao reduzir a rtp ao minimo. Estrangular,amarfanhar, asfixiar a televisão publica,é tornar o pais mais pobre culturalmente,porque alem do mais leva o privado a desinvestir por não ser necessario.Perante este ataque à LIBERDADE apetece-me citar o anuncio: Caros espectadores, hoje, Portugal, foi comprado por um senhor residente em Massamá.Por esse motivo,e a partir de agora,vamos passar a OUVIR E VER somente o hino do PSD, e os tempos de antena do mesmo partido.A bem da nação, João Duque

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Para grande espanto do Sr. Dr. Filipe Nunes Vicente, eu não estava enganado quando há meses num comentário a um post neste blog dizia que a ambição da arrastadeira João Gonçalves era assemelhar-se com a devidas adaptações a António Ferro.

    Na altura o Dr. Filipe Nunes Vicente achou um grande disparate e "relativizou a coisa", apelidando-o de mero assessor.

    É pena que algumas pessoas sejam como as mulas a tirar água da nora e que usam uns entre-olhos para não ficarem malucas ou estonteadas...

    O Dr. Filipe Nunes Vicente se não anda distraído parece ou também anda a tirar água da nora e só vê num sentido?

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  7. Parece que vamos a caminho de algo parecido com um programa que só alguns viam muitos dos quais deixaram semente como se comprova,a tal pasquinada intitulava-se,"A verdade é só uma,rádio Moscovo não fala verdade"!

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  8. Este Duque não esteve á altura das funções que lhe incumbiram. Espero muito sinceramente que desapareça no anonimato da mediocridade , que deixe de chatear a população com as suas " opiniões " e de gastar o erário publico em relatórios que só têm um fim : o caixote do lixo.

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  9. Porra! Confundir intelectualmente Ant.º Ferro, por muito que dele se discorde, com qualquer imbecil ou arrastadeira podre ao serviço da corja que se apoderou do "cockpit" é como confundir a Obra-prima do Mestre com uma prima do mestre-de-obras, a Maria Pia com a pia da Maria, ou "alma mater" com Alma Mahler!

    Ao serviço desta corja não há ninguém com o calibre intelectual de António FERRO. O tecto mental está atualmente colocado ao nível de um João LATÃO (que é como se pronuncia, em Cantonês da Reboleira, "João Ratão").


    Orango Tango, o Rei da Nulidade (e farol dos anormais que animam esta cidade).

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