sábado, dezembro 03, 2011

“Canais de comunicação muito porosos e, sobretudo, muito irresponsáveis”

• Francisco Teixeira da Mota, Um país de brandos mas péssimos costumes [ontem no Público]:
    ‘(…) para além de todas as etapas da sua relação com os media desde o desaparecimento da sua filha, os McCann debruçam-se ainda sobre uma extremamente grave e dolorosa situação por si vivida que também tem origem na peculiar actuação das autoridades portuguesas: a publicação de excertos do diário pessoal de Kate McCann no jornal News of the World. Como é evidente, foi de uma enorme violência para Kate McCann ver tornados públicos os seus pensamentos mais íntimos e reservados, passados ao papel, quando estava a viver o pesadelo da recente desaparição da sua filha. (…)

    Sucede que o diário tinha sido apreendido pela Polícia Judiciária e face à sua total irrelevância para a investigação, ordenada por um juiz a sua devolução a Kate McCann e a destruição de todas as cópias. Como é que esse diário foi parar às mãos do News of the World não se sabe, mas se se soubesse certamente constataríamos que o nosso país, sendo tão cioso da distância entre as autoridades criminais e os media, na prática, tem, nessa área, canais de comunicação muito porosos e, sobretudo, muito irresponsáveis. Somos um país de brandos mas péssimos costumes...’

3 comentários :

  1. O que a associação cívica Polícia Judiciária/Correio da Manha, com o silêncio cúmplice do Ministério Público, fez aos McCann é uma vergonha para o país.

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  2. Acrescente-se à associação cívica o paradigmático expoente jornalístico que foi a TVI do casal Moura Guedes e aguarde-se o (espero que inevitável) desfecho da mega-aldrabice da Casa Pia para a vergonha ser ainda maior...

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  3. "Brandos costumes", em Português limpo e digno, é uma expressão que "rima" com a cobardia mais sórdida e abjeta!

    E sabemos hoje que sempre rimou, impantemente, aquém e além-mar, ao contrário da piedosa lenga-lenga que nos enfiaram pela goela abaixo os mestres-escola do estado dito "novo"...


    Enquanto não a encararmos bem de frente, a nossa proverbial cobardia coletiva, nunca nos livraremos dela!


    Orang, o Tango.

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