domingo, dezembro 04, 2011

E como é que a direita chegou até aqui?

O Público traz hoje um manifesto intitulado A educação, o país, o futuro, que pode ser lido na íntegra aqui. Eis um excerto:
    ‘O corte de 864 milhões de euros em 2012 na educação e ciência atira Portugal para a retaguarda da União Europeia em matéria de investimento no ensino. Em 2010, as despesas do Estado com a educação representavam 5% do PIB; passarão agora a apenas 3,8%. Na UE, a média é de 5,5% e na Eslováquia, que estava no final do tabela, rondava os 4%.

    Esta escolha terá um efeito devastador nas escolas, e, portanto, sobre as crianças e os jovens que construirão o futuro do país. Se esta política for avante, as escolas e as universidades perderão milhares de professores necessários, muitos recursos fundamentais e assistiremos inevitavelmente à degradação das condições de aprendizagem, com o aumento do número de alunos por turma e o término de algumas experiências fundamentais de combate ao insucesso escolar. A situação das finanças públicas não pode, portanto, servir de argumento para deteriorar a vida nas escolas, precarizar as relações de trabalho e hipotecar o futuro da educação.

    Os défices da escola pública não se resolvem, tampouco, com a dualização do sistema educativo nem com a estratificação das vias escolares, abandonando o mandato democrático que estabelece que a escola deve garantir a igualdade, em lugar de promover a desigualdade como programa de política educativa.

    O discurso segundo o qual estamos perante um abaixamento generalizado das competências e que isso exige como resposta que a escola volte "aos conhecimentos básicos" não se fundamenta em nenhum diagnóstico comprovado nem na apresentação de qualquer dado objectivo. Sem base na realidade, o seu efeito é, pelo contrário, expurgar tudo o que na educação escolar possa ter uma relação com a vida quotidiana, com o mundo da vida dos jovens, com as capacidades, competências e conhecimentos ligados à cidadania, à promoção do pensamento crítico, da participação ou da curiosidade científica.’
Entre os muitos subscritores do manifesto em defesa da escola pública e do ensino superior estão vários críticos da política de educação dos dois governos de Sócrates, designadamente Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof. Não se justificaria terem começado por uma autocrítica em relação às posições anteriormente tomadas, que tanto contribuíram para entregar o poder à direita?

3 comentários :

  1. Não era o Salazar que pensava da mesma maneira? Quanto mais ignorantes mais fáceis de controlar."Back into the future".

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  2. Paulo Guinote tb assina!!! Eheheh...

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  3. Para muitos dos subscritores deste "manifesto":
    Constituido o "Compromisso histórico Português" ( Psd/PP/Pcp/Be, que serviu para sacar 400 milhões de euros ao ORçamento, ( Carreiras dos profs.) até à derrota do Governo do PS.
    Quando aceitaram esta aliança histórica, que pensaram ?
    Eu não quero acreditar, que pensaram na vitória eleitoral. Também não acredito que sonharam

    que o acesso ao poder, pela direita, vos traria esperança. Mas terá sido "SÓ"

    tentativa de caça aos votos, sem o minimo de respeito pelos portugueses?
    Não acreditam em GAMBOZINOS, tenho a certeza!!! portanto o v/ manifesto só causa Dó....e dá para rir....( Lêda e triste madrugada....)Boa viagem..

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