- ‘Há a ideia de que vivemos tempos inevitáveis e que a receita que lhe está associada também é inevitável, mas não há nada de mais errado. O PS tem-se batido por um caminho alternativo. Em pouco mais de seis meses, propostas que eram rejeitadas ou ignoradas são hoje cada vez mais apoiadas por amplos sectores políticos e sociais europeus. Veja-se o exemplo do crescente debate sobre a influência dos excedentes comerciais e orçamentais na crise europeia. Ou mesmo a iminente aprovação de uma taxa sobre as transações financeiras internacionais. E, finalmente, a carta que vários governos conservadores enviaram à Comissão Europeia e ao Conselho, assumindo, com as suas ideias, a importância de políticas de crescimento e emprego. O facto político mais impressionante é que o Governo português, mesmo no quadro da sua família política europeia, e até com ideias próximas da sua agenda política liberal, persiste na sua própria irrelevância europeia, reforçando uma certa percepção europeia sobre Portugal como país periférico. O primeiro-ministro continua sem iniciativa, de braços caídos, numa política muito seguidista em relação ao pensamento da chancelarina alemã, Angela Merkel. Temos sido alternativa clara com propostas políticas e com ação política. O PS faz a diferença porque toma a iniciativa. Apesar de estarmos na oposição e de termos menos instrumentos do que se estivéssemos no governo, compare-se o que tem sido a nossa iniciativa, as nossas propostas políticas europeias, e aquilo que não tem sido a ação do primeiro-ministro. Temos liderado ativamente todos os movimentos na família socialista europeia para que os seus líderes reúnam e concertem posições. Temos mantido um diálogo constante com os líderes socialistas europeus.
Do Governo apenas recebemos sinais de passividade ou temos conhecimento de conversas de corredor. Do primeiro-ministro apenas conhecemos submissão a uma agenda de austeridade que o mundo inteiro já rejeita e um orgulho por bom comportamento, apesar de crescente isolamento. É a sua receita do custe o que custar.
O PS, desde a primeira hora, considera que uma parte importante da resposta à crise depende de opções políticas profundas que têm de ser adotadas pela União Europeia. O PS toma a iniciativa. O Governo está de braços caídos e fica de fora das iniciativas, incluindo as da sua família política. Discordo de parte do conteúdo da carta que 12 primeiros-ministros conservadores dirigiram às instituições europeias, mas o seu surgimento revela que, mesmo entre os conservadores, já há quem divirja da receita de Merkel e de Sarkozy. Ao colocar o emprego e o crescimento como prioridade, a carta constitui uma forte crítica à receita que vem sendo aplicada na Europa e em Portugal. O primeiro-ministro português ficou de fora. Ficou mal.’
Orgulhosamente sós...até ao desastre final.
ResponderEliminarPortugal sempre teve a "habilidade e sabedoria" para escolher a pior de todas as alternativas em momentos cruciais para a sua história.Não admira que tenhamos chegado ao ponto que chegamos.
Miguel,
ResponderEliminarDá para resumir em 2 linhas o que diz aí o marmanjo?
È que eu não consigo engolir uma palavrinha do trengo desde a "abstenção violenta"...
miguel
Tb já não tenho paciência para ouvir e ler o António José Seguro.
ResponderEliminarO que é isto?:
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