Relvas, we have a problem

O estatuto do gestor público aprovado pelos estarolas permite que os membros do conselho administração da Caixa Geral de Depósitos possam auferir ordenados superiores ao do primeiro-ministro, ou seja, possam optar pelos ordenados das entidades ou empresas a que estejam contratualmente vinculados quando forem cedidos ao banco do Estado.

Acontece que três membros do conselho de administração da Caixa não estão nestas condições:

• O chairman, Faria de Oliveira, que está aposentado;
• Nogueira Leite, que se despediu do grupo Mello para se alçar à administração da Caixa; e
• Fernandes Thomaz, que vendeu a sua participação na boutique financeira Ask.

Perante esta situação, temos três hipóteses:

1. Os três cavalheiros conformam-se com a lei, auferindo um vencimento não superior ao do primeiro-ministro, e dão o seu melhor em nome do serviço público; ou
2. Os três cavalheiros batem com a porta, abandonando a “zona de conforto”, e vão à luta no mercado; ou
3. O ministro das Finanças exara um despacho à medida dos três cavalheiros, numa clara entorse da lei, mostrando então que lhe é mais fácil cortar nos subsídios de férias e de Natal dos pensionistas e funcionários públicos do que enfrentar este tipo de boys.