- ‘Confrontados com manifestações públicas de desagrado, o primeiro-ministro e o Presidente da República reagiram de forma diametralmente oposta. Tanto bastou para que Passos Coelho fosse transformado num herói democrático e Cavaco Silva remetido à condição de estadista pusilânime. Estas dicotomias rápidas têm o defeito do simplismo. Compreendendo embora o impulso que levou o primeiro-ministro a dirigir-se a um grupo de manifestantes que o apupava e insultava, não podemos deixar de lembrar que o exercício de uma função institucional exige o culto de um distanciamento mínimo que se destina a proteger as condições de desempenho da mesma. Contrariamente ao que alguém escreveu, a rua não é o local privilegiado de debate democrático, pela simples razão de que, na maior parte dos casos, não tem sequer condições para o acolher. Uma coisa é o legítimo direito de manifestação pública, outra coisa é admitir que, a partir daí, se pode estabelecer um amplo fórum participativo, aberto à própria presença do primeiro-ministro. Pedro Passos Coelho não terá cometido um erro, mas é evidente que teve uma atitude que não poderá repetir por muitas vezes.’
quinta-feira, fevereiro 23, 2012
Os estarolas não perdem uma oportunidade de humilhar o Presidente da República
Francisco Assis escreve hoje no Público:
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