- ‘Este caso apenas confirma o que já se tornou evidente: o espaço do ministério da Economia é cada vez mais uma terra de ninguém, ao alcance dos interessados mais poderosos, que são cada vez mais. Perante a incapacidade do primeiro-ministro para pôr ordem na casa, sucedem-se as guerras de poder no conselho de ministros, espantosamente relatadas na comunicação social, num claro sinal de falta de lealdade e de coesão no seio do Governo. Estas guerras mesquinhas surgem quando menos se espera, embora o seu desenlace se tenha tornado absolutamente previsível: no final, quem perde é sempre o Álvaro. Da diplomacia económica às privatizações; do desemprego jovem à negociação do acordo laboral; das inaugurações na energia aos fundos comunitários, somam-se as afrontas e as desautorizações políticas. Ao fim de poucos meses, o tão falado superministério da Economia - que a impreparação do primeiro-ministro gerou, dando lugar a uma disfuncional orgânica do Governo - já não é o que era: cada vez mais esvaziado, o superministério tornou-se num mito urbano.
E não é solução negar as evidências. Esta semana, no Parlamento, o primeiro-ministro ensaiou uma tentativa de negação, alegando que a gestão do QREN vai continuar nas mãos do ministro da Economia. Como explicou, não haverá qualquer alteração - a não ser uma, aliás muito singela: a criação de uma nova "comissão interministerial de orientação estratégica para a gestão dos fundos comunitários e extraordinários". Sugestivamente, o primeiro-ministro chamou à coisa uma "comissão interministerial chapéu". Mas lá foi explicando que essa comissão seria coordenada pelo ministro das Finanças. Em suma, fica tudo na mesma, excepto isto: o ministro da Economia passa de coordenador a coordenado. Dito de outro modo: na nova "comissão chapéu", o chapéu tem um dono, que é Vítor Gaspar.
O Álvaro, querendo, enfia o barrete.’
Mas não é só a economia.
ResponderEliminarPorque é que pensam que os Ministérios da Educação e da Agricultura, por exemplo, estão completamente estagnados?
Ninguém faz nada. É deixar passar. Tudo se está a empurrar com a barriga para ver se os problemas se resolvem por si só. Mas não se vão resolver assim: assim acumulam-se.
Claro que estes Super-Ministérios não funcionam e, sobretudo, não servem para poupar dinheiro nenhum.
É uma medida simbólica como são viajar em 2ª classe.. Só que ao contrário das viagens, os super-ministérios são um erro que vai sair caro ao PPC.
Este foi o primeiro grande erro do inexperiente e muito ingénuo PPC.
É que governar (tomar decisões muitas vezes difíceis e na altura certa) é tarefa para homens e mulheres com estofo. Não é tarefa à altura de um comentador de tv narcisista com desejos pessoais mais caprichosos.
E nós a pagar os ordenados a esta cambada.
Quem é que no seu perfeito juízo aceita coordenar ministérios desta dimensão??? Sobretudo sem equipas de secretários de estado à altura??? Com ministérios desta dimensão cada secretários de estado tinha de ter o estofo de um ministro.
Na educação o nosso querido Nuno Crato nem sequer consegue ter mão na máquina (a qual ele próprio admite ser muito grande). Não controla sequer um directorzeco de uma chafarica quanto mais um secretário de estado.
O seu gabinete não tem mão na secretaria geral. É sistematicamente desautorizado. Isto, se não fosse trágico, dava uma boa comédia.
Já corre aqui nos corredores do MEC que está arrependido de ter aceite o cargo e que não se vai aguentar muito tempo.
Eu também não lhe dou muito tempo. Este nem vai fazer 2 anos como ministro da educação. Pasta, aliás, da qual não entende. Que dava um ministro da ciência razoável, talvez. Agora da educação? Não andem a brincar com o pessoal.
O que o Crato queria não era "implodir" o Ministério da Educação? Pelos vistos não conseguiu e quem vai implodir é ele.
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