- 'É às elites portuguesas que fica agora bem repudiar os investimentos em transportes. E há toda uma paleta de preconceitos para o justificar, que passei em revista mental na semana em que o projeto de comboio de alta velocidade ficou definitivamente enterrado.
Desde Durão Barroso proclamando que enquanto houvesse criancinhas em fila de espera nos hospitais não haveria TGV (entretanto, crianças portuguesas recebem transplantes nos hospitais... de Madrid). Até Manuela Ferreira Leite, parece que vinda diretamente de uma novela de Camilo Castelo Branco, profetizando que se se fizesse aquele TGV do demónio Lisboa se esvaziaria toda. Não faltando, é claro, as sempiternas invejas entre Porto e Lisboa, com equivalentes declinações locais (ou porque não se admitia que Lisboa tivesse o TGV sozinha, ou porque se temia que se o Porto o tivesse também se esvaziasse todo para a capital). Um quadro admirável.
Como foi assinalado, ao longo destas fases se passou de não haver dinheiro e projetarem-se cinco linhas, para agora se matar o projeto e ter de haver dinheiro para indemnizações.
Mas ao menos não se deixam dívidas às gerações futuras? Claro que deixam - não se deixa é mais nada (...).'
Isso é o menos. Mandam-se depois as culpas para cima do "mesmo" e está o problema resolvido.
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