• Maria de Lurdes Rodrigues, A Parque Escolar [hoje no Público]:
- '1. Foi notícia, nos últimos dias, a demissão do conselho de administração da Parque Escolar, por alegada má gestão e derrapagem nos custos das obras, segundo diria um muito falado mas pouco citado relatório da Inspecção-Geral de Finanças. Na verdade, sobre a gestão da Parque Escolar, diz aquele relatório que "o conselho de administração tem procurado adoptar boas práticas de gestão, tendo (...) garantido o controlo das derrapagens de custo das empreitadas, dentro dos limites legais previstos" (páginas 139-140). Não há, pura e simplesmente, qualquer relação entre as acusações de má gestão e a avaliação da Inspecção-Geral de Finanças.
2. Muito se disse para alimentar a ideia de que o programa da Parque Escolar era desnecessário, caro e mal gerido. Sobre a gestão, é suficiente ler o relatório citado. Sobre a necessidade e o custo do programa, importa recordar três dos problemas que levaram à criação da Parque Escolar, em 2007.
Primeiro, a degradação e a obsolescência das escolas secundárias, com problemas estruturais, uso de materiais perigosos e níveis de ruína adiantados. Com o programa, foram recuperados 181 equipamentos espalhados pelo país, sendo possível agora comparar o antes e o depois e concluir que as escolas públicas podem ser espaços de estudo modernos, preparados para o futuro e com qualidade arquitectónica. Só um intolerável preconceito classista permite confundir com luxos desnecessários as exigências de qualificação da escola pública.
Segundo, as dificuldades de gestão da rede, com abandono e encerramento de escolas históricas nos centros das cidades ou desperdício de recursos em escolas com procura reduzida. Em todas as escolas intervencionadas pela Parque Escolar aumentou o número de alunos, invertendo-se aquelas consequências negativas. Foi também possível identificar melhor as necessidades regionais. Apenas um exemplo: no Alentejo, existiam, em 2005, cerca de 54 escolas com o secundário. Ponderadas as necessidades de equilíbrio territorial e o crescimento desejável das taxas de escolarização, estimou-se serem necessárias menos de 30 escolas. Decidiu-se por isso intervir em 26 escolas, as quais, tendo ficado maiores, e, portanto, mais caras, representaram, porém, no conjunto, um investimento global menor.
Finalmente, a sustentabilidade da gestão e o financiamento dos edifícios escolares. O modelo em vigor até 2007 era ineficaz e ineficiente, provocando um enorme desperdício de recursos e incapacidade para cumprir mínimos, como o da pintura exterior dos edifícios. No entanto, entre 1990 e 2006, o valor acumulado do PIDDAC do Ministério da Educação foi de 2.340 milhões de euros. Com mais ou menos o mesmo valor, a Parque Escolar recuperou, em quatro anos, 188 escolas, resolvendo problemas de fundo, incluindo o da conservação futura das escolas intervencionadas. Não terão sido mais caros, porque menos eficazes, os 2.340 milhões gastos anteriormente do que o valor agora investido com resultados provados?
O programa da Parque Escolar é caro e exigente, mas ao custo final devem ser deduzidas as economias geradas pelo encerramento de escolas desnecessárias. Como deve ser considerado o facto de, após a intervenção da Parque Escolar, as escolas reforçarem a sua capacidade de angariação de receitas próprias através do aluguer de salas e equipamentos desportivos, de auditórios e espaços de refeição, podendo uma parte dessas receitas contribuir para pagar rendas e outros encargos.
3. A avaliação que faço da Parque Escolar e do seu conselho de administração é positiva. Responderam de forma eficaz e competente a todos os desafios, mesmo os mais difíceis, como a adaptação do plano de actividades para, no quadro da resposta à crise de 2008, antecipar obras em cerca de 100 escolas. A sua dedicação à escola e à causa pública não precisa de palavras, está patente e ficará para a história nas 188 escolas já modernizadas. Nenhum outro programa de construção escolar, dos vários realizados em Portugal desde 1938, atingiu, em quatro anos, os níveis de concretização da Parque Escolar.'
Conclusão que a socratice tira:
ResponderEliminarNa Parque Escolar mais uma estrutura criada pela inteligência dos iluminados não se passou nada, tudo estava previsto, tudo bem gerido, só que ninguém com o minimo de bom senso acredita como sãio possiveis derrapagens como as que aconteceram e ninguém tem responsabilidade. Calculo que a culpa é do actual Ministro da Educação!
Oh arrastadeira: tudo o que dizes está certo, só que o relatório da IGF diz que não há derrapagens. Achas que a IGF é um coio de socratistas?
ResponderEliminarA conclusão não é dos socraticos , meu ignorante, é da IGF. E aprender a lêr relatórios, não?
ResponderEliminarÉ por leitores como o das 04:37 que cada vez mais se torna urgente continuar a reforma da educação iniciada por Maria de Lurdes Rodrigues.Para que de uma vez por todas se deixem de fabricar imbecis nas escolas.
Anónimo das 4-37 que estejas ressabiado por a realidade não se dobrar aos numeros e resultados que queres lêr, tudo bem, mas ao menos evita a figura de idiota e fica calado.
ResponderEliminarO Assessor do Desgoverno que por aqui se pavoneia é mais um dos que diz que foi a Esquerda que nos trouxe até aqui tentando branquear 41 anos ininterruptos de direita no poder!
ResponderEliminarOs fachos afinal eram de esquerda!
Uma grande Ministra da Educação! A "Dama de Ferro" da esquerda portuguesa que lançou o pavor na velha direita e reumática esquerda portuguesas.
ResponderEliminarQue coisa é essa?!! - berraram em uníssomo.
Os filhos do carpinteiro, do pintor da construção civil, da trabalhadora da limpeza, do operário, do pequeno agricultor, do camionista, do "Zé das Couves", etc., etc., a serem doutores aos milhares!!!! Escolas de "luxo" para os filhos da vil gente, do "povoléu"?!
Onde já se viu, o "Vulgo Inculto" a parir doutores, engenheiros e arquitetos e investigadores, ARMADOS dessa poderosa arma do Conhecimento, e agora com estabelecimentos de excelência para estudarem!!!!!
Foi o início de uma revolução em Portugal. Foi o semear do Ciclo Histórico seguinte!
Alto lá! - gritaram os convencidos de saber de Hierarquia (e de Autoridade), os velhos teóricos dos governos da aristocracia bolorenta, sempre em busca da malvada substância das coisas e da própria pátria, do ser ou não ser, da causa primeira - e de todas as outras merdas messiânicas quintoimperistas, de deus, do diabo, do ...mundos ao mundo, e da Saudade sem fim...
Era um nunca mais acabar. Teríamos de abordar o núcleo da "Nomenklatura" portuguesa.
Que te deu na mioleira José Sócrates? Que ousadia foi essa ó Lurdes?... E tu, Mariano Gago, para onde aspiravas conduzir Portugal?
Inspirados na Inquisição, filharam as pessoas, o seu caráter, a sua honra, não para lhes confiscarem bens - antes, desta vez, para lhes apagarem a chama imensa de que estavam imbuídos para a construção de um Portugal moderno.
Que Epopeia!!! Quinhentos anos depois, esta era a grande Aventura do povo! Era a segunda grande revolução Lusa, depois da de 1383-1385. Burguesa ainda, é certo; mas do Conhecimento, da Ciência, da Inovação, onde o povo estava a ser o grande Herói.
Ai José Sócrates e Lurdes Rodrigues..., nem mesmo vocês terão noção suficiente da semente que lançaram.
Será que estes sacanas a vão destruir?
Quem faltou à chamada?
Excelência de Ministra, nunca antes houve um Ministro deste gabarito, muito dificilmente terá substituto.
ResponderEliminarMais uma vez, subscrevo na totalidade a intervenção de F. Romano.
ResponderEliminarSó acrescento o seguinte:Deixem trabalhar e falar, os NOVOS CIENTISTAS e QUADROS já formados pela "NOVA REVOLUÇÃO"!!!! ....
Acusar o Povo de gastar acima das suas possibilidades, está na linha da acusação de terem construido ESCOLAS DE LUXO!!!...Esta gente que roubou milhões dos BANCOS e rouba aos jovens os lugares que eles acumulam...Não tem perdão!!!!! Por muito que lhes
custe, Sócrates, Mª de Lurdes e Mariano Gago, mudaram Portugalem termos de Ciência, e não há recuo.
Bem haja.