terça-feira, outubro 09, 2012

Genuflexão ou resistência

• João Pinto e Castro, Genuflexão ou resistência:
    ‘1. "Arrependa-se dos seus pecados e reze dez Ave-Marias e cinco Padre-Nossos." "Mas, senhor Padre, eu quero ir a Fátima a pé e dar vinte voltas de joelhos à Capela das Aparições ". É isto o que significa ir além da "troika".

    (…)

    12. Prisioneiro do euro e sem condições para o abandonar, pressionado por poderes externos que o esmagam, impedido de recorrer às políticas económicas mais apropriadas, Portugal encontra-se numa situação dificílima. Não podendo de momento ganhar, deve esforçar-se por controlar os danos, preservar as forças e esperar o momento oportuno para contra-atacar. Chama-se a isso defensiva estratégica.

    13. Negociação exige, primeiro, vontade de afirmar uma posição própria (aquilo, afinal, de que o governo desde o início abdicou). Segundo, perceber o que é possível conseguir sem jamais perder de vista o que se quer. Terceiro, fazer saber o que jamais se aceitará, invocando se necessário os poderes que não se controla (a Constituição e a rua são excelentes argumentos). Quarto, recorrer a todas as jogadas laterais susceptíveis de reforçarem a sua posição, incluindo buscar novos aliados, fazer bluff ou alargar o terreno de confronto.

    14. A estratégia até aqui seguida pelo governo português é inteiramente consistente com o propósito de operar uma alteração radical da relação de forças políticas e sociais no país. Assim, quando nos perguntam por alternativas, devemos começar por questionar o objectivo e a estratégia, e só depois atentar nas medidas que a sua reformulação implica.’

3 comentários :

  1. está muito bem apanhado esta imagem do ir álem da troika.fenomenal.

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  2. O ponto 14 resume o essencial:
    Este governo não é verdadeiramente incompetente tendo em conta a agenda que pretende cumprir. A grelha de analise porque é analisado é que é errada.

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  3. Este governo, comandado por dois oportunistas ( Relvas e Borges) têm de facto uma agenda. Aliás, esta ala do PSD sempre teve esta agenda. Bastava ter estado atento e ter feito um pouco mais de fé nas palavras do engenheiro, que pode ter cometido muitos erros, mas que nunca desejou a destruição do país como estes desejam e a estão a efectuar.
    Agora como se diz, povo, tarde piaste, já não há volta a dar, o estrago já está feito.
    Preparemo-nos para um longo percurso de trevas e retrocesso para o qual, de momento, não há solução.

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