quarta-feira, outubro 03, 2012

Igreja e RTP: silêncio e silenciamentos


• António-Pedro Vasconcelos, Igreja e RTP: silêncio e silenciamentos [hoje no Público]:
    'Ora, na semana passada, em Fátima, à margem das Jornadas Nacionais de Comunicação Social que ali tiveram lugar, e onde se debateu precisamente o tema Silêncio e Silenciamentos, a Igreja optou pelo silêncio relativamente ao futuro da RTP, e por silenciar os perigos da sua privatização, concentrando-se exclusivamente no problema de garantir que o espaço de emissão dedicado às confissões religiosas nas estações públicas de rádio e de televisão não seria afectado, mesmo que a RTP viesse a ser privatizada.

    O dirigente do PSD Luís Marques Mendes, que durante anos teve a tutela da televisão, grande defensor da entrega da RTP a um grupo privado, garantiu mesmo que esse tempo de emissão "pode e dever manter-se" qualquer que seja o destino da RTP, uma forma habilidosa de fazer passar a mensagem de que a Igreja não deve envolver-se nessa querela nem discutir esse dossier. Com um desplante pouco católico, LMM disse mesmo, mentindo, que "esse debate ainda não foi iniciado", quando sabe que o Governo comandado pelo seu partido já manifestou a sua clara intenção de privatizar um canal ou mesmo a própria empresa.

    Também presente na reunião, sabe-se lá porquê, Carlos Magno, presidente da ERC, a entidade reguladora que terá que dar o seu agrément ao negócio que nos prepara o ministro Relvas, o que é que disse? Que "o tempo é muito importante", que "muita coisa vai acontecer", e que era necessário "estar atento" e "decidir com serenidade". Água benta para uma decisão para a qual se conhece a sua inclinação e simpatia.'

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